Quanto riso, ó, quanta alegria, mais de mil economistas de plantão e quase nenhum deles consegue acertar uma previsão. Nos últimos dias, as notícias e prognósticos eram os piores possíveis para este início de ano. Só que a alegria está chegando no meio da multidão. O carnaval vai esconder, mas dá para enumerar alguns dados divulgados ontem – só ontem –, a começar pelo bumbo que bate forte na geração de emprego. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego de janeiro foi a menor desde 2003. Não custa lembrar que 2003 foi o primeiro ano do governo Lula, marcado principalmente pela criação de vagas de trabalho, gerando uma nova classe média no Brasil. Gente que tem tudo dentro de casa. Só não tem plano de saúde, uma educação pública de péssima qualidade, saneamento, insegurança, etc. Essa faixa de renda é hoje a mais numerosa no país. Os bumbos continuam retumbando quando o assunto é grana no bolso. A mesma pesquisa aponta também que o rendimento real dos brasileiros ocupados foi recorde na série histórica da pesquisa, que começou a ser feita em março de 2002. Paradinha da bateria? Nada disso, a folia tem que continuar.
Não me leve a mal, hoje é carnaval, mas é importante também falar de inflação. A oficial, o IPCA, também medido pelo IBGE, caiu de 0,65% para 0,53%. Muito pouco, ainda é alta, está fora da meta, o que fará a escola de samba perder alguns pontos preciosos na disputa pelo tamborim de ouro, principalmente porque os reajustes salariais não acompanham a inflação, exceto se você for político, juiz, tal e coisa. Outro índice, no entanto, é bem mais animador. Medido pela Fundação Getúlio Vargas, o IGP-M, que é usado como referência para o reajuste dos aluguéis, recuou de 0,22% na primeira quinzena de janeiro para 0,11% no mesmo período deste mês. Ah, se o governo cumprisse com a Constituição e desse habitação pro povo!
Já o governo não pretende esquentar os tamborins apesar dessas notícias. Continua pessimista quanto ao crescimento do país e preocupado com a inflação. Porque sabe que as coisas estão péssimas. A crise mundial tem consequências imprevisíveis, é como um carro alegórico que pode pegar fogo a qualquer momento. Mas o Brasil, pelo menos até agora, não atravessou o samba na avenida.
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