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O PMDB pode até ensaiar uma rebelião, mas não vai abrir mão das boquinhas que tem no governo. Contra a insatisfação, pode dar um troco aqui e ali no Congresso e mandar os seus recados ao Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff tem um estilo diferente de seu antecessor Lula, mas sabe que não dá para comprar uma briga deste tamanho. Tanto que correu para São Paulo assim que ficou sabendo do documento assinado por mais de 40 deputados peemedebistas. E se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante três horas na véspera de ele voltar a ser internado no Hospital Sírio-Libanês, para cuidar de uma infecção. Visita de médico não foi. Teve cunho político.
O ex-presidente tem mesmo conselhos a dar a Dilma. Ele sentiu na carne o que é tentar peitar o PMDB. Em seu primeiro governo, resistiu o quanto pôde que peemedebistas fizessem parte de sua equipe. Não deu certo. Foi obrigado a capitular. O partido entrou com cargos importantes e de lá não mais saiu. Nem pretende sair agora. Muito antes pelo contrário. Tanto que os bombeiros estão em ação para colher a insatisfação e a lista de reivindicações. O choro é livre e neste caso tende a dar certo. Não há muito por onde fugir, por mais que o governo seja popular e bem avaliado.
Com amigos assim, a presidente Dilma Rousseff não precisa dos inimigos de seu próprio PT, que põem ainda mais lenha na fogueira. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), por exemplo, classificou a crise com o PMDB de “TPE”, tensão pré-eleitoral. Pode ser engraçado, mas convém não provocar muito. O troco pode vir em votações importantes que estão para acontecer no Congresso. O Palácio do Planalto terá de encontrar uma fórmula para fazer mais carinho na base aliada.
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