A lista nem está completa ainda, mas já mostra que a CPI do Cachoeira tem tudo para ser animada, talvez mais animada do que poderia supor o ex-presidente Lula, o mentor intelectual da investigação das denúncias envolvendo o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), antes um dos maiores algozes dos petistas. A começar pela maldade que fizeram o PSDB e o DEM, anunciada aqui, da indicação dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), dois ferrinhos de dentista. Vasconcelos não conseguiu uma vaga em seu próprio partido. Randolfe tentou convencer o PT a lhe ceder uma cadeira. Não conseguiu. A oposição supriu a lacuna. Mas não é só.
Entre os senadores já indicados está Fernando Collor de Mello (PTB-AL), que desta vez estará do outro lado do balcão. Vai se divertir, pelo jeito. Ele próprio diz que está mais maduro, não é mais o político esquentado da época em que chegou à Presidência da República, de onde foi apeado depois do processo de impeachment provocado pelo escândalo PC Farias. Também estarão presentes os tucanos Alvaro Dias (PR) e Cássio Cunha Lima (PB), que não devem dar folga aos aliados ao Palácio do Planalto. Uai, mas a CPI não era para investigar a oposição? Em CPI, pode tudo. É isso que faltou a Lula e ao governo pensar.
Entre os deputados, já foram indicados, por exemplo, o tucano Carlos Sampaio (SP) e o democrata Ônix Lorenzoni, que chegam com a experiência de terem participado e aprontado na CPI dos Correios, de triste memória para o PT. Também já indicado, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) pode até ter estado no governo, mas costuma atuar com independência. Não deve amolecer. Estreante, o deputado e delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP) é outro que deve dar trabalho. A lista ainda não está completa, mas a julgar pela tropa de choque que vem sendo arregimentada, uma coisa é certa: na CPI, não será possível morrer de tédio.
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