Para enfrentar um Partido dos Trabalhadores que tem como fundador um ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, é preciso ter uma tropa avançada no território inimigo. Não foi à toa que o PSDB reuniu suas principais estrelas em São Paulo – o governador Geraldo Alckmin, o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves, o presidente nacional do partido, deputado Sérgio Guerra, entre outros – para realizar o seu primeiro congresso sindical. É claro que os tucanos falaram de “desindustrialização do país” e de “aparelhamento dos sindicatos”, mas o que dominou os discursos foi o escândalo envolvendo Carlinhos Cachoeira e a disputa interna, entre Aécio e Serra.
A preocupação do PSDB é o controle e a canalização das investigações da CPI para os partidos de oposição. “Na última semana só foram publicados vazamentos contra nós. O PT quer segurar o governador deles, o Agnelo Queiroz, de Brasília, que já está na forca falando de Goiás e de Minas”, acusou o deputado Sérgio Guerra. “Não queremos centrais sindicais a serviço de um partido ou de um projeto popular”, emendou Aécio Neves, para reclamar do aparelhamento dos sindicatos, uma marca do PT.
Na seara político-eleitoral, não poderia faltar a briga interna para a disputa pela Presidência da República em 2014. Em entrevista a um jornal paulista, Aécio havia dito que Serra poderia disputar o Palácio do Planalto dois anos depois de assumir a prefeitura. Foi um constrangimento, mas Serra não deu o braço a torcer. “Não podia esperar do Aécio senão essa manifestação de generosidade, mas de fato não está na minha agenda, não cogito ser candidato a presidente. Vou me candidatar a prefeito para exercer o mandato por quatro anos”, disse Serra taxativamente. Mas seus adversários em São Paulo vão bater nessa tecla durante toda a campanha. Não dá para evitar.
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