A indicação do deputado Odair Cunha (foto PT-MG) como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira foi uma imposição pessoal da presidente Dilma Rousseff. Apontado por muitos como favorito ao cargo, Cândido Vaccarezza (PT-SP) tomou uma invertida da própria Dilma. Tudo porque ele está em rota de colisão com a ministra-chefe da Casa Civil, Ideli Salvati. A Vaccarezza é atribuído o vazamento da história do superfaturamento dos barcos comprados por ela quando ela comandava a Secretaria Especial da Pesca. Ainda mais que a denúncia foi corroborada por Luís Sérgio (PT-RJ), muito ligado a Vaccarezza.
Nem mesmo a preferência por Lula foi capaz de impedir a presidente de impor sua vontade. Ela fez, para usar as palavras de um influente petista, “uma negociação com o líder maior para resolver a questão”. Dilma procurou Lula para explicar a situação e o ex-presidente não teve como dizer não a ela. Até porque ele não tinha noção da real dimensão da crise envolvendo Ideli e Vaccarezza, porque quando ela estava no auge Lula fazia tratamento de saúde e foi poupado das intrigas internas do PT. A sujeira foi jogada para debaixo do tapete para preservar o ex-presidente.
Quem comprou a briga e foi decisivo para que Odair Cunha fosse o indicado foi o líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (PT-SP), mais ligado ao grupo da senadora Marta Suplicy (PT-SP). Como no PT uma crise sempre é seguida de outras, agora é a vez de Vaccarezza estar ressentido. Internamente, já anda reclamando e passou a atacar Odair. É o velho e conhecido jeito PT de ser. Por mais arriscada e perigosa que possa ser uma CPI como a do Cachoeira, que segue a máxima de que todo mundo sabe como começa, não como acaba, as brigas petistas não deixam de acontecer.
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