Recentemente li o artigo ‘Vende-se a natureza’ escrito por Frei Betto. Nele, o frei afirma ser ‘imprescindível
denunciar a nova ofensiva do capitalismo neoliberal: a mercantilização
da natureza’. Vou começar por essa frase, talvez por não ter entendido
bem de onde o celebrado religioso partiu, nem perceber aonde ele queria
chegar. Imagino que o primeiro produto que sofreu mercantilização pelo
homem veio da natureza: quiçá uma fruta, uma flor, quem sabe um cervo
abatido. Fico, em minha ignorância, a imaginar em que ocasião o homem
venderá algum bem material que não tenha vindo da natureza. De acordo
com frei Beto, a nova ofensiva do capitalismo neoliberal decorre da
espoliativa lógica do sistema à qual, por certo, se opõe alguma outra
lógica em que os bens seriam gentilmente dados a outrem sem nenhum ônus
ou esforço além do recebimento da prenda e (quem sabe?) dizer:
‘Obrigado’. O homem, independente de lógica capitalista ou de qualquer
outra, é mercador nato e, mesmo ao praticar atos caridosos, espera
sempre receber alguma coisa em troca: seja sentir-se bem por ver o seu
semelhante feliz, seja pela possibilidade de ser recompensado pelo
Criador.
Neste país, não só a natureza é vendida ou comprada! Vende-se e compra-se honradez, dignidade,caráter, vergonha, ética.
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