A decisão da Anatel de proibir três empresas de telefonia de
vender novos chips até apresentarem um plano no qual os clientes sejam
efetivamente atendidos caiu no gosto popular. As empresas de telefonia,
como é notório, são as campeãs de reclamações nos Procons de todo o
país. A suspensão vale por somente 30 dias. Mas a medida teve
repercussão imediata. Nas redes sociais – termômetro da opinião pública
informada – o assunto corre solto.
Há muito elevadas à
condição de vilãs número um do país, as empresas de telefonia foram
pegas de calça na mão. Pretendem recorrer da decisão na Justiça e
poderão até obter alguma liminar. Mas corrigir o problema que é bom...
Há até representantes das telefônicas que, para se defender, lançam a
culpa sobre os governos municipais: a causa do problema estaria nas
prefeituras, que demoram meses para liberar uma nova torre de
transmissão.
Péssima linha de defesa. O maior número de
reclamações no Procon é quanto aos preços combinados e os valores
efetivamente pagos. Clientes contratam um plano por um valor e na hora
que vão pagar ele custa o dobro. A segunda reclamação são os
call-centers. Justiça seja feita. Nesse quesito, o problema não fica
restrito às operadoras, mas elas continuam na liderança. Por fim, há a
cobrança dos clientes para conseguir usar o produto. Frequentemente é
simplesmente impossível falar.
A ação da Anatel, ainda
que tardia, é colírio nos olhos dos clientes. Apesar de, em tese, ser
uma “agência autônoma”, que deveria atuar com independência do
Executivo, a realidade é que o órgão acaba sendo controlado pelo
governo.
Todas as Agencias reguladoras devem muito ainda ao povo brasileiro, pois o que deveria ser para a proteção dos interesses do cidadão, se tornou Órgãos de defesa dos interesses das empresas.
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