PT e PSB estariam a caminho de uma ruptura? O fim das alianças em
Fortaleza e em Recife é a face mais grave do problema. Entretanto o
caso de Belo Horizonte é que merecerá maior atenção. Lá a coligação
chegou a ser concretizada e foi frustrada pela pressão da base
socialista e de tucanos que rechaçaram a chapa proporcional entre PT e
PSB. Recife e Fortaleza representam uma briga no coração do eleitorado
mais expressivo nas últimas eleições de Lula e de Dilma. Lá, petistas e
socialistas de fato disputam.
A recente declaração do
governador de Pernambuco, Eduardo Campos, de que o PT cria mais
problemas para a presidente Dilma do que o PSB e o troco do deputado
federal André Vargas (PT-PR) de que “no PT não tem coronel, tem
democracia interna”(sic) dão o tom das mágoas. Esse começo de embate,
entretanto, não é suficiente para balançar a base de sustentação do
governo Dilma. Enquanto os índices de popularidade da presidente
continuarem crescendo, não haverá quem abandone o navio.
O
presidente do PT, Rui Falcão, tem afirmado que entre os partidos há
mais convergências do que divergências. Mas o bombeiro Falcão sabe que
onde há fumaça há fogo. O episódio de BH é, dentre os três, o mais
expressivo. Na visão dos petistas, Lacerda e os socialistas traíram o PT
e o governo Dilma para ficar com os tucanos. Eles se esquecem, contudo,
de que a base mineira e belo-horizontina do PSB sempre foi mais aecista
do que petista. O próprio programa de governo de Lacerda, BH Metas e
Resultados, está muito mais próximo do conceito do Choque de gestão
tucano do que das gestões participativas do PT. A ênfase da gestão está
na eficiência, não na participação e na inclusão.
O
episódio de BH deixa máculas porque acalenta os pesadelos petistas de
ver o deslocamento gradativo do PSB das bases do governo para a
oposição. Com a economia dando sinais de esgotamento do ciclo virtuoso,
crescem os temores de um voo solo de Eduardo Campos em 2014. Por ora,
nem a presidente Dilma, nem Falcão perdem o sono. Eles sabem que os
socialistas, por enquanto, ficam. Por ser a capital do estado de Aécio,
BH já era uma meta. Mas agora, para exorcizar pesadelos futuros,
fundamental passa a ser o resultado.
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