O direito de um termina onde começa o do outro. É sabedoria que
as avós ensinavam aos netos desde que eram criancinhas. E a maior parte
dos brasileiros o segue à risca. Uma minoria, no entanto, prefere
colocar o seu interesse pessoal à frente do coletivo. E não poderia ser
pior a afronta que veio de um cartaz de policiais rodoviários federais
em greve. Em lugar de escrever que a paralisação dos serviços
essenciais, o que por si só já é discutível, para reivindicar melhores
salários e condições de trabalho, eles resolveram radicalizar: “Passagem
livre para traficantes e contrabandistas”. É isso mesmo, estava escrito
numa placa na Ponte da Amizade, que liga o Brasil ao Paraguai.
Será
que os grevistas pretendem conseguir com atitudes assim o apoio da
sociedade às suas reivindicações? Certo está o ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo. Ele já avisou que o governo não vai abrir mão de abrir
processos disciplinares contra os policiais, não apenas os rodoviários,
mas também os da PF, que extrapolaram no direito de greve. Não poderia
ser de outra forma.
Aliás, os chefes de delegacias da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) já facilitaram o trabalho do Ministério
da Justiça: entregaram os cargos que ocupam, que são de confiança. Pois
é, já que a desconfiança da sociedade é clara e objetiva, nem precisam
ser reconduzidos. Certamente haverá gente mais séria disposta a ter a
gratificação do cargo.
O que o governo não pode fazer – e
é essa a determinação da presidente Dilma Rousseff – é ceder a esse
tipo de pressão, que fere a lei e é feita exatamente por quem tem a
obrigação de por ela zelar. Brigar por salário é direito de todos os
trabalhadores, inclusive os servidores públicos. Dar murro em ponta de
faca é, desculpe a expressão, estupidez!
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