O financiamento público de campanha, por enquanto, é apenas uma
ideia e uma das maiores polêmicas das discussões entre os partidos na
reforma política. Certamente, no entanto, vai ganhar força na volta –
quando for para valer, depois de outubro – dos trabalhos no Congresso.
Não é para menos. Deputados e senadores estão sentindo na pele – e no
bolso, naturalmente – os efeitos do julgamento do escândalo do mensalão
no Supremo Tribunal Federal (STF). A pressão de seus candidatos a
prefeito cresce a cada dia. Mas cadê o dinheiro? A empreiteira sumiu, os
bancos sumiram, sumiu todo mundo. O caixa e os cofres estão trancados.
Não me comprometa, é a palavra de ordem nos palanques do empresariado
este ano.
Bem, nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O
contribuinte brasileiro já financia uma pequena fortuna para os partidos
políticos. De acordo com o site Contas Abertas, que vasculha como o
poder público gasta o nosso dinheirinho, o fundo partidário já recebeu,
só este ano, R$ 201,1 milhões. Por enquanto, porque o volume vai fechar
2012 em R$ 326,1 milhões. E é dinheiro só para os partidos. Já imaginou
quando os candidatos também forem incluídos?
Nada
garante, por outro lado, que, mesmo com o financiamento público de
campanha em vigor, passado o susto do julgamento do mensalão no STF, o
caixa 2 volte a funcionar. Aí, vai pelo ralo o meu, o seu, o nosso
dinheirinho dos impostos. E ainda teremos que conviver com os políticos
que têm mais acesso aos tradicionais financiadores, aqueles que, na
prática, não gastam dinheiro, fazem investimento. É uma doação aqui,
outra acolá, mais uma e outra. A fatura é apresentada na hora das
licitações, dos contratos de obras e serviços com os governos eleitos. A
conta já paga pelos contribuintes fica ainda mais alta com o
superfaturamento e outras formas de assalto aos cofres públicos.
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