A filosofia, as religiões e a nossa própria intuição sugerem que nunca
devemos perder as esperanças. No Brasil, entretanto, as pessoas de bem
mostram-se muito desanimadas diante da impunidade aos inúmeros casos de
corrupção. O que mais assusta é a tolerância com os corruptores e,
embora estejam na origem de tudo, alguns se tornam até celebridades,
conhecidos apenas por lobistas. A mídia tem se mostrado incansável e é,
hoje, a maior aliada que o povo pode contar. É desanimador, entretanto,
para um país que se diz democrático, como o nosso, não acolher as
denúncias com o rigor que elas merecem e, muitas vezes, elas nem chegam à
Justiça, porque no caminho são simplesmente impedidas de tramitar. Os
casos impunes são estarrecedores. Por exemplo, Renan Calheiros, que foi
flagrado recebendo pagamentos de contas pessoais, nem o mandato perdeu,
apenas o cargo e todos os poderes da República se deram por satisfeitos.
Ele ainda está trabalhando nos bastidores para voltar à presidência do
Senado. Entretanto, o caso recente do Carlinhos Cachoeira e a
Construtora Delta, que motivou a abertura de uma CPI, ensaia uma luz nas
nossas esperanças com a cassação de um senador, bem como governadores e
prefeito submetidos a interrogatórios. A esperança somente vai
desabrochar totalmente se os réus do mensalão forem condenados, como
estamos a esperar já pelas primeiras condenações. Os ministros do STF
estão surpreendendo positivamente. Qual será nosso destino?
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