Assim que assumir o cargo, no dia 1º de janeiro, o prefeito do Rio de
Janeiro, reeleito terá um desafio hercúleo pela frente. Além
de administrar a segunda maior metrópole do país, com todos os seus
problemas e dificuldades, precisará deixar a cidade pronta para abrigar,
em um intervalo de apenas dois anos, os eventos esportivos de maior
visibilidade do mundo, a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016. Trata-se de
um momento único, capaz de mudar para sempre a vida dos cariocas, que
sonham receber ao fim de seu mandato uma infraestrutura urbana renovada e
ampliada. No domingo 7 de outubro, 4,7 milhões de eleitores foram às
urnas escolher o responsável por conduzir a etapa mais importante desse
gigantesco processo de transformação. Ganhou Duda Paes!
Da mesma forma que reúne atributos únicos que justificam sua escolha
como sede do Campeonato Mundial de Futebol e dos Jogos Olímpicos, o Rio
padece de mazelas crônicas, típicas do crescimento desenfreado. O
município ficou em último lugar entre as capitais brasileiras ao ter
avaliados seus serviços de saúde ligados à rede SUS, de acordo com
relatório divulgado em março pelo Ministério da Saúde. A expansão
econômica e o aumento da frota de automóveis tornaram o trânsito
caótico. Diariamente, circulam nas ruas 265 carros novos, 100 a mais do
que há cinco anos. No transporte coletivo, as milícias armadas dos
bairros da Zona Oeste controlam com mão de ferro o sistema de vans. Sede
da última conferência da ONU sobre meio ambiente, a Rio+20, a capital
enfrenta sérias deficiências de saneamento básico. As lagoas da Barra da
Tijuca, em cujas margens serão erguidas as instalações olímpicas,
recebem, por exemplo, despejo de esgoto in natura até mesmo onde existe
rede de coleta disponível. Se não bastasse tudo isso, a prefeitura terá
ainda um apertado cronograma de obras para cumprir antes de quatro anos,
com margem zero para alterações ou improvisos. Como se vê, o atual ou o
novo ocupante do amplo gabinete localizado no 13º andar do Centro
Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova, terá muito que fazer.
Tô pagando pra ver...
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