Os saraus suprapartidários da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) perderam seu maior entusiasta: o senador Demóstenes Torres (sem partido), envolvido em denúncias de corrupção e recebimento de favores do contraventor do jogo Carlinhos Cachoeira. Demóstenes era praticamente o cantor oficial do evento, realizado pela senadora desde 2008. A confraria de enófilos do Congresso Nacional também foi desfalcada com o afastamento do senador, degustador de vinhos finos e caros, que deixou os holofotes do Senado, pelo menos por enquanto, para se defender das denúncias de que é alvo.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Eleitor desinteressado se ferra
Imagine receber em dezembro e em janeiro dois salários a mais, além da gratificação natalina, conhecida como 13º e garantida a todos os trabalhadores brasileiros desde a década de 1960. Nada mal. Pois em nove estados da Federação, deputados estaduais recebem 14º e 15º salários. No caso do Maranhão, os vencimentos extras chegam a 18 salários por ano. Essa benesse é paga ainda aos deputados federais e senadores e também por algumas câmara municipais do Brasil afora. No caso de Belo Horizonte, prefeito, o vice-prefeito, todos os secretários e diretores de autarquias e empresas municipais e vereadores também recebem um salário a mais duas vezes ao ano.
Além desses recursos, os parlamentares de todas as esferas recebem verba indenizatória para cobrir os custos do mandato, incluindo despesas para a manutenção de escritórios e cabos eleitorais em suas bases, passagens de avião, diárias de viagem e contratar funcionários comissionados em seus gabinetes. Até pouco tempo esses servidores podiam, sem nenhum constrangimento, ser parentes de até terceiro grau do parlamentar. Hoje, depois de uma decisão da Justiça que proibiu o nepotismo no serviço público, não podem mais. Uma mordomia a menos.
Alguns legislativos ainda pagam um recurso a mais , conhecido como jeton, para a participação dos parlamentares em sessões extraordinárias. Se no decorrer do ano projetos considerados importantes não forem apreciados, a direção do Legislativo pode convocar sessões extras e pagar os parlamentares que comparecerem. Por causa dessas gratificações, muitas vezes todo projeto prioritário acaba sendo votado somente durante as extraordinárias.
Mas não é só isso. Em alguns estados o parlamentar pode optar entre o salário de deputado ou o de secretário, caso assuma cargo no governo. É claro que sempre opta pelo primeiro, que na maioria das vezes é bem maior. Podem ainda manter a estrutura do gabinete. Diante de tantos penduricalhos, não é de se espantar que o Brasil figure na lista dos países que têm um dos maiores custos do Legislativo. Isso faz parte de uma cultura, ainda enraigada, que não divide o público do privado. Isso vem mudando, ou por pressão da opinião pública ou por obra da Justiça. Mas o caminho ainda é muito longo.
Não me roube mais!
O modismo do momento são as sacolas de plástico fornecidas pelos supermercados. Colocaram sobre elas o ônus de todos os problemas de inundação causados pelas chuvas. A inércia e incompetência das prefeituras para realizar obras eficientes e a falta de uma política de industrialização do lixo e coleta seletiva parecem não ser as causas desses desastres ambientais, segundo os bem-remunerados e sem vergonhas vereadores. Devemos nos lembrar de que, ao se implantar o uso de sacolas plásticas em substituição ao saco de papel e garrafas PET no lugar das de vidro, os ambientalistas e indústrias argumentavam que era preciso cortar muitas árvores para fazer papel e que a fabricação de garrafas de vidro consumia muita energia elétrica. A mídia deu crédito e valorizou tais posições sem se preocupar com o que realmente era pretendido: diminuir custos. Como sempre, a bomba estoura na mão do cidadão. Claro que o uso da sacola plástica não é adequado. Então, que se forneça alternativa gratuita para o cidadão para que ele não tenha de pagar por sacolas cuja eficácia ainda não está comprovada. Nos países civilizados continuam usando sacos de papel. Como somos roubados!
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