Enquanto todos os olhos dos brasileiros estão voltados para as
notícias trágicas que chegam do Rio Grande do Sul, os nobres
parlamentares em Brasília, segundo Lula, uns 300 picaretas, aproveitam a falta de atenção na disputa pelo
comando das duas casas no Congresso para azeitar os seus conchavos inescrupulosos e,
principalmente, tentar passar ao largo do noticiário sobre
irregularidades e atos de corrupção que atingem os dois candidatos
favoritos: Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado e Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN) na Câmara dos Deputados. Do Ministério Público pipocam, aqui e
ali, acusações contra os dois. Os colegas fazem ouvidos moucos e
preferem garantir também as suas boquinhas. É por isso que digo que político é tudo farinha do mesmo saco. Vendem a mãe e não entregam.
É isso mesmo.
Partidos médios e pequenos preferem ignorar as denúncias e manter o
acordo da proporcionalidade. Ganham assentos na mesa diretora, nas
vice-presidências, nas quatro secretarias, na ouvidoria e corregedoria.
Ganham status para um de seus companheiros. E deixam aberta a porta para
que o conchavo seja usado também na distribuição das presidências das
comissões temáticas da Casa. Presidir a poderosa Comissão de
Constituição e Justiça vale mais que um cargo de menor importância na
mesa diretora.
Não é à toa que é para lá que o presidente do Senado,
José Sarney (PMDB-AP), quer ir, depois de passar a cadeira para seu
sucessor, provavelmente Renan Calheiros, que não está nem aí com a
confusão que isso provocará na divisão, antes já feita, pelos seus
colegas peemedebistas. Tudo tem solução, quando o importante é manter o
poder dos cargos mais influentes.
Para quebrar essa
rotina, é preciso que haja um conjunto de fatores, que parecem não estar
presentes nas disputas deste ano. Há um movimento aqui, outro ali, os
independentes podem sair fortalecidos no final, mas não há um Severino
Cavalcanti para fazer a casa cair, com a confusão que criou com sua
vitória. E muito menos o restaurante do qual recebeu propina que a
derrubou do cargo.
Não nos assusta a cronologia interminável de maracutaias que essa turma arruma e diga-se de passagem, não estão nem ai para a opinião pública, pois nem o voto depositado representa mais alguma coisa, pois para eles o importante é manter o jogo rodando, e se há alguma preocupação, não é com quem e sim o quanto ... ! Esse é o ponto, pois lá, a coisa gira na casa dos 6 ou mais zeros. O mundo é outro !
ResponderExcluirFalou tudo, Tio! Abs...
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