No final do ano passado, o
ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto
Carvalho, avisou que, em 2013, “o bicho vai pegar”. É uma expressão
popular autoexplicativa, que prenuncia barulho, agitação, violência.
Dita
por um ministro, que, além de dos mais próximos colaboradores de Lula,
exerce cargo de proa no governo e notória influência no PT, é de
arrepiar, sobretudo num ano que se encerrou com o partido submetido à
exposição pública do Mensalão.
O PT jamais imaginou ver algumas de
suas cabeças coroadas no banco dos réus e menos ainda condenadas. Pior:
sobraram balas perdidas para Lula. O Ministério Público aceitou as
acusações de Marcos Valério, envolvendo o ex-presidente no Mensalão e
remeteu-as à primeira instância, já que Lula não tem mais foro
privilegiado. É pouco? Tem mais.
A Operação Porto Seguro, da
Polícia Federal, descobriu que uma quadrilha exercia, com a maior
desenvoltura, tráfico de influência na administração pública, tendo como
base de ação o escritório da Presidência da República em São Paulo.
No
comando, a senhora Rosemary Noronha, apontada como amante de Lula, que
criou aquele escritório e a nomeou para chefiá-lo, mesmo sem as
credenciais técnicas para o cargo.
Tudo isso – a prisão dos
condenados do Mensalão, os processos contra Lula na primeira instância e
contra os envolvidos na Operação Porto Seguro – terá desdobramentos ao
longo deste ano, véspera da campanha sucessória à Presidência.
Dentro
da teoria de que a melhor defesa é o ataque, o PT decidiu partir para a
ofensiva. Ainda não se cumpriu o primeiro trimestre e já algumas ações
lideradas pelo partido indicam que o bicho está mesmo solto.
A
recepção à blogueira cubana Yoani Sánchez foi apenas um aperitivo. Há
dias, na inauguração do Museu de Arte do Rio de Janeiro, diversos
piquetes de manifestantes do PT e do PCdoB protestavam em torno de temas
diversos, desde o fechamento de teatros até a privatização dos portos.
O
jornalista Merval Pereira, reconhecido pelos manifestantes, teve seu
carro cercado e chutado pelos grupos e safou-se graças à ação da
polícia. Pode ter sido um ato isolado de intimidação, não fosse o fato
de, na mesma semana, o PT ter voltado a anunciar nova investida pelo
“marco regulatório da mídia”, eufemismo de censura à imprensa.
Quem duvidar que leia os termos da proposta. Não deixam a mais remota dúvida.
Anteontem,
a pretexto do Dia Internacional da Mulher, um grupo de mulheres do MST
invadiu uma fazenda dos filhos da senadora Kátia Abreu, no Tocantins,
destruindo plantações. Uma ação predadora e criminosa que há algum tempo
não se via.
A escolha de uma propriedade da família da senadora
tem forte carga simbólica: ela é a líder nacional dos produtores rurais,
contra a qual se volta a ira dos radicais esquerdistas, que querem
estatizar o agronegócio, mesmo sendo este o garantidor, há anos, dos
superávits da balança comercial brasileira.
Em meio a tudo isso,
Lula antecipa a campanha eleitoral lançando Dilma como sua candidata.
Como a lógica política indica que quem sai na frente apanha primeiro,
não falta quem deduza que o verdadeiro candidato de Lula é Lula mesmo.
Ele,
afinal, disse mais de uma vez que, se as condições da economia não
viabilizassem Dilma, ele iria “para o sacrifício”. Os indicadores
econômicos, com um PIB minguante, indicam grandes chances para o
sacrifício de Lula.
Os sinais, pois, são preocupantes e fazem prever um ano de intensa agitação política.
* Ruy Fabiano é jornalista
ou os Brasileiros acabam com o PT ou o PT acaba com o Brasil!!!
ResponderExcluir