Falta um ano e seis meses para começar o conclave na Capela Sistina da Basílica, ou melhor, da Catedral de Brasília. Mas os candidatos e candidatas a papa, ou melhor, presidente, nem esperaram a “Pro Eligendo Romano Pontifice”, a missa solene na Basílica de São Pedro que antecede a entrada dos cardeais na Capela Sistina. Nem respeitam a clausura até que novo pontífice seja escolhido. Já estão todos com o bloco nas ruas, daqui a pouco estarão aparecendo em propagandas partidárias em cadeia de rádio e televisão, e já fazem articulações daqui e dali para formar coligações e angariar votos. Deus nos acuda e proteja.
Em Roma, cardeais alemães e italianos podem favorecer o brasileiro dom Odilo Scherer. Em São Paulo, o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira deu os parabéns de aniversário ao colega Aécio Neves dizendo que ele “tem competência para combater o mau governo atual e fazer a mudança em 2014”. Aloysio Ferreira ainda é um arcebispo, nada diria sem as bênçãos dos cardeais paulistas José Serra e Geraldo Alckmin. Mas acrescentou sobre Aécio: “É uma honra acompanhá-lo nessa empreitada”.
Já o cardeal do PMDB, o vice-presidente Michel Temer, tem ido a missas com a presidente Dilma Rousseff quase todos os dias. Tenta costurar uma forma de abrigar peemedebistas no ministério para conter os embates deles com petistas em vários estados. A coalizão existe no governo, mas corre sério risco de não se repetir nos altares, ou melhor, nos palanques do ano que vem, principalmente nas disputas para os governos dos estados.
Para não ficar de fora do conclave, o cardeal Eduardo Campos, governador de Pernambuco e presidente do PSB, tenta se aliar ao ex-comunista e ateu do PPS deputado Roberto Freire (PE), que parece ter se cansado de caminhar ao lado do tucanato. E conversa também com bispos, arcebispos e alguns cardeais de outros partidos. O conclave ou o conchavo, é melhor dizer, já começou. Mas fumacinha branca só em outubro do ano que vem.
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