O conformismo nunca levou ninguém a bom lugar. O que era uma festa da
moeda estável e forte acabou se transformando em atestado de
incapacidade de reação e de falta de visão. É o que ocorre na balança
brasileira do turismo. Boletim do Banco Central sobre o setor externo
das contas nacionais revela que os brasileiros gastaram US$ 6,022
bilhões no exterior no primeiro trimestre. Em 2012, no mesmo período
foram US$ 5,831 bilhões.
É claro que é bom, instrutivo e saudável viajar ao exterior e, quanto mais brasileiros puderem fazer isso, melhor. Pelo menos os que vão além dos centros de compras têm a chance de conhecer melhores hábitos de preservação da limpeza pública e de responsabilidade com a propriedade coletiva, além do enriquecimento cultural obtido em museus, concertos e visitas a monumentos e cidades históricas.
O problema é que estamos nos conformando em perder de goleada nessa conta. No trimestre, os estrangeiros deixaram aqui apenas US$ 1,917 bilhões, menos de um terço do que despejamos lá fora, mesmo com o atrativo do carnaval em fevereiro.
Somente em março, os brasileiros gastaram no exterior US$ 1,87 bilhão, 15% a mais do que em março do ano passado. Enquanto isso, os gastos dos visitantes estrangeiros no país não passaram de US$ 599 milhões, uma redução de 4,9% em relação ao mesmo mês de 2012.
E isso ocorre depois de o país ter promovido milhões de famílias a classes mais elevadas de consumo e vive o conforto e a confiança dos níveis mais baixos de desemprego dos últimos tempos. O brasileiro de praticamente todos os níveis de renda passou a usufruir do seu direito a férias e a fazer turismo. Mas está claro que o país não tem conseguido ganhar muito com isso.
De fato, os turistas brasileiros estão por toda parte, menos no Brasil. E, como não montamos infraestrutura para receber adequadamente o estrangeiro e tampouco temos sabido promover nossos paraísos tropicais, não temos a contrapartida dos dólares que deveriam entrar no país.
Não é só isso que nos atrapalha. Viajar pelo Brasil é caro e nem sempre confortável. As passagens aéreas têm tarifas que superam em muito as cobradas na Europa e na América do Norte por trajetos iguais. Restaurantes e bares costumam cobrar preços incompatíveis com a qualidade e a presteza do serviço. O transporte em terra é deficiente e não raro cobra mais quando o usuário não consegue esconder o sotaque estrangeiro.
Turismo não é produto simples e não cai do céu. Países que faturam alto com a recepção de milhões de visitantes não vivem apenas de relíquias ou da sorte de contar com espetáculos da natureza. O sucesso nesse negócio é também resultado de anos de investimentos na qualidade da infraestrutura, no treinamento permanente do pessoal diretamente envolvido, na garantia da segurança pública e na educação para a receptividade e cortesia da maioria da população. Sem isso, vamos viver de fluxos efêmeros, como o carnaval e a Copa do Mundo, correndo o risco da má fama de país caro demais.
É claro que é bom, instrutivo e saudável viajar ao exterior e, quanto mais brasileiros puderem fazer isso, melhor. Pelo menos os que vão além dos centros de compras têm a chance de conhecer melhores hábitos de preservação da limpeza pública e de responsabilidade com a propriedade coletiva, além do enriquecimento cultural obtido em museus, concertos e visitas a monumentos e cidades históricas.
O problema é que estamos nos conformando em perder de goleada nessa conta. No trimestre, os estrangeiros deixaram aqui apenas US$ 1,917 bilhões, menos de um terço do que despejamos lá fora, mesmo com o atrativo do carnaval em fevereiro.
Somente em março, os brasileiros gastaram no exterior US$ 1,87 bilhão, 15% a mais do que em março do ano passado. Enquanto isso, os gastos dos visitantes estrangeiros no país não passaram de US$ 599 milhões, uma redução de 4,9% em relação ao mesmo mês de 2012.
E isso ocorre depois de o país ter promovido milhões de famílias a classes mais elevadas de consumo e vive o conforto e a confiança dos níveis mais baixos de desemprego dos últimos tempos. O brasileiro de praticamente todos os níveis de renda passou a usufruir do seu direito a férias e a fazer turismo. Mas está claro que o país não tem conseguido ganhar muito com isso.
De fato, os turistas brasileiros estão por toda parte, menos no Brasil. E, como não montamos infraestrutura para receber adequadamente o estrangeiro e tampouco temos sabido promover nossos paraísos tropicais, não temos a contrapartida dos dólares que deveriam entrar no país.
Não é só isso que nos atrapalha. Viajar pelo Brasil é caro e nem sempre confortável. As passagens aéreas têm tarifas que superam em muito as cobradas na Europa e na América do Norte por trajetos iguais. Restaurantes e bares costumam cobrar preços incompatíveis com a qualidade e a presteza do serviço. O transporte em terra é deficiente e não raro cobra mais quando o usuário não consegue esconder o sotaque estrangeiro.
Turismo não é produto simples e não cai do céu. Países que faturam alto com a recepção de milhões de visitantes não vivem apenas de relíquias ou da sorte de contar com espetáculos da natureza. O sucesso nesse negócio é também resultado de anos de investimentos na qualidade da infraestrutura, no treinamento permanente do pessoal diretamente envolvido, na garantia da segurança pública e na educação para a receptividade e cortesia da maioria da população. Sem isso, vamos viver de fluxos efêmeros, como o carnaval e a Copa do Mundo, correndo o risco da má fama de país caro demais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário