A pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que revela
que a morte violenta de milhares de jovens a cada ano no país provoca
redução da expectativa de vida em todos os estados não nos causou
nenhuma surpresa e espanto. Pelo estudo, em alguns estados, como Alagoas
e Espírito Santo, a expectativa de vida dos homens diminui mais de dois
anos por causa de homicídios, acidentes e suicídios de pessoas entre 15
e 29 anos.
De acordo com o Ipea, os homens do estado nordestino, terra
do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB), têm perda de
2,62 anos em sua existência terrena e os capixabas de 2,14 anos. Outros
nove estados têm redução de mais de 1,5 ano na esperança de vida por
causa da violência na juventude: Bahia (1,81 ano), Amapá (1,74), Pará
(1,73), Paraíba (1,69), Paraná (1,68), Pernambuco (1,66), Ceará (1,6),
Goiás (1,53) e Mato Grosso (1,51). Apenas três estados têm perda
estimada menor do que um ano: São Paulo (0,78), Acre (0,95) e Santa
Catarina (0,98). Os homens do Rio de Janeiro têm perda é de 1,32 ano e o
Distrito Federal, de 1,42.
O estudo do Ipea também tenta contabilizar,
por meio de um modelo econômico complexo, o valor da vida, hoje
extremamente sem valor Brasil afora. Isso tudo causa perda de bem-estar
social equivalente a R$ 79 bilhões por ano, o que equivale a 1,5% do
Produto Interno Bruto (PIB). Triste sina de um povo.
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