A Adminas e a Delta, contratadas por vários ministérios, entre eles, o
da Fazenda e o da Justiça, somem com o dinheiro repassado pelo governo e
deixam centenas de pessoas sem os salários e os direitos previstos em
lei.
O governo federal sentiu na pele a precariedade do trabalho
terceirizado no país ao levar um calote de duas empresas prestadoras de
serviços nos ministérios da Fazenda, da Justiça e da Integração e também
no Banco do Brasil.
As empresas Adminas Administração, com sede em Belo Horizonte, e a
Delta Locação de Serviços e Empreendimentos, baseada em Lauro de Freitas
(BA), receberam os recursos para honrar os salários de seus
funcionários, mas deixaram centenas de trabalhadores de mãos abanando.
Os órgãos, agora, terão de garantir o pagamento dessas pessoas, que não
têm outra fonte de renda.
GRANDE POLÊMICA
Às vésperas da apreciação, na Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) da Câmara dos Deputados, do projeto de lei 4.330, que promete
regulamentar e expandir a atividade, a polêmica é grande, e o sentimento
dos trabalhadores terceirizados é de pesar. Recepcionista no Ministério
da Justiça, Laís Nogueira, de 23 anos, disse que a Adminas não
depositou o salário de mais de 500 funcionários, apesar de constar, no
portal Transparência, que o repasse, de R$ 1,782 milhão, referente aos
serviços prestados, foi feito.
“No Paraná, já houve uma greve dos trabalhadores por falta de
pagamento. Segunda-feira passada, a sede da empresa, em Minas, amanheceu
de portas fechadas, e os colegas foram orientados por seguranças a se
dirigirem ao sindicato. Em Brasília, os representantes simplesmente
desapareceram. Os terceirizados não têm a quem recorrer”, lamentou Laís.
(transcrito do Correio Braziliense)
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