Aniz e eu jogando conversa fora, sábado a tarde, em sua casa |
Ao ler na VEJA do dia 30 de outubro o depoimento de
José Bonifácio Sobrinho, o Boni, sobre Aniz Abraão David eu também resolvi
dar o meu. É claro que o Boni é o Boni e eu sou apenas um jornalista aposentado
que simplesmente dorme para sonhar por um futuro melhor, especialmente para meu
filho uma criança autista.
Ao ser perguntado sobre o nome de uma
personalidade, Boni respondeu a queima-roupa: Aníz! Assino embaixo. Por traz
de todo homem de sucesso, existem duas histórias: uma real e outra
“mitológica”.
A mitológica diz que Aníz é integrante da cúpula
do jogo do bicho e como tal um "fora-da-lei". Não sei, não tenho provas, nunca vi
nada e o que ele faz não me diz respeito. O que sei é que num país onde a
corrupção, o assalto aos cofres públicos e a inoperância do Poder Judiciário (que mantém
a impunidade!) é algo impressionante, não me surpreenderia nada se Aniz foi
usado por essa gente para desviar o foco de suas falcatruas. O fato é que ele
não pisou no povo para subir na vida. Isso pra mim é tudo!
Mas eu quero mesmo é falar da história real, aquela
que conheço. A de um homem que revolucionou o maior espetáculo da terra – o
carnaval carioca. Desde 1954, a Beija-Flor de Nilópolis têm no seu currículo 13
títulos de campeã do Carnaval carioca, além dos 15 vice-campeonatos, nos quais
também apresentou desfiles maravilhosos, muitos deles dignos do título de
campeã. Em 2012, a escola comemorou 35 anos.
Vindo de uma família de origem judaico-libanesa ele se criou em Nilópolis onde desfruta
do carinho e respeito da população local, não só pelos títulos que a Beija-Flor
de Nilópolis levou para a cidade, mas, principalmente, por suas obras
assistenciais como, por exemplo, a creche Julia Abraão David que começou a
funcionar em maio de 1980 com 60 menores. Hoje são atendidas diariamente 289
crianças de seis meses a seis anos, que recebem quatro refeições diárias,
uniformes e assistência médica e odontológica. Além disso, Aníz e sua esposa
Fabíola são sensíveis às crianças portadoras do autismo as quais ajudam com o
maior carinho. Nenhum autista chamaria alguém de “Bela Adormecida” se não
sentisse uma boa energia emitida por ela. Pois é, assim meu filho chama
Fabíola!
Meu pai costumava dizer que a maçã não cai longe do
pé. De fato! Uma tradição passada de geração a geração, onde a esperança de uma
nova vida se chama Família Abrão David. Desde que eram crianças, Aniz Abraão
David e seus irmãos se habituaram a ver os pais, senhor Abrão e dona Julia,
dividindo o pouco que tinham com pessoas ainda menos favorecidas, sem esperar
nada em troca. A família fez desse gesto natural uma tradição. Acreditem,
Aniz é assim: simples, gosta de um bom papo, tem histórias pra contar (ele é
quase um historiador!) e sofrido.
Anísio ajuda centenas de crianças e adolescentes de
Nilópolis e adjacências a construírem um futuro melhor. Sem nunca ter recebido
qualquer patrocínio de empresas privadas ou incentivo do governo - desse então
nem pensar! - Anísio, além da creche, mantém um educandário, um centro
profissionalizante, uma escolinha de natação e outra de balé, além de promover,
anualmente, grandes festas de São Cosme e Damião e de Natal para a comunidade.
Não posso deixar de citar as 6.000 cestas básicas que são distribuídas
mensalmente.
Enfim, eu gostaria de falar muito mais, mas resumo
a figura de Aníz Abraão David como um brasileiro que sofre, mas é feliz
e faz a felicidade de muita gente carente - sem dúvida uma personalidade!
Adorei ... compartilhando ...
ResponderExcluirEmbora tenha estado envolvida durante anos em escola de samba, sempre soube desse preconceito em relação aos patronos das mesmas e, o Aniz (Anizio como é bem conhecido) não estava de fora porém, o que vc disse, é pura verdade, quem não conhece, que não convive no meio, só conhece o que a mídia mostra, o lado que só interessa ao sistema.... Toda história tem dois lados....
ResponderExcluirNão conheço a realidade do carnaval carioca, mas é impressionante como nesse país, para "vender" para gringo o talento do povo pobre que surge nas comunidades em forma de Carnaval, ou mesmo o talento dos meninos "sem futuro" que floresce no futebol dos campinhos das favelas, o governo brasileiro sabe se lembrar do povão: a todo o momento, ao "vender" o Brasil como um "país de todos", se fazem valer do sorriso das baianas das escolas de samba, da mulata fenomenal, ou de exemplos de rapazes que venceram como craques: o Turismo e o Governo em todas as instâncias vão de roldão em cima dessa fama, mas, vendida a propaganda, atingidos os objetivos bilionários dessa indústria, o mesmo governo abandona as comunidades à propria sorte... E se não fossem senhores como esse Sr. Aniz, que moram e vivem as comunidades, não sei se a "mão leve" do Estado afagaria as necessidades básicas dessas pessoas, sobretudo nas comunidades, que eu estou para ver até hoje "a invasão de cidadania" que uma vez prometeram na TV os governantes do Rio, estado e capital, assim como prometeram a recuperação da região serrana e nada fizeram. Parabéns a quem resgata dignidades, como esse senhor o fez.
ResponderExcluirO que mais admiro nesse jornalista blogueiro é sua coragem e
ResponderExcluirespontaneidade para falar o que pensa. Em que pese a fama que recai sobre esse Anísio, é preciso lembrar todo mundo tem direito a defesa
e ao benefício da dúvida.
Não conheço o Sr Aniz, mas pelo q li logicamente qdo se ouve falar em carnaval carioca,já associmos à lavagem de dinheiro.
ResponderExcluirDeixando de lado estas "suspeitas" já no inconciente do brasilero, sonto q este senhor tenta suprir a deficiencia do estado incompetente e corrupto.
Mas sua ação imediatamente benéfica,leva a um comdismo do estado.
O estado passa a achar normal praticar a cprrupção e deixar o trabalho social a estes senhores.
Compare com o trabalho q BillGates faz na Africa,vacinando contra a pólio a população e deixando aos corruptos a grana da vacina.
Acho q estas benevolencias devem se restrigir a ações q não sejam funçã do estado.
Logo em seguida o tio Aniz foi condenado a 43 anos de prisão pela Justiça Federal. Cumpre pena em sua mansãozinha (cobertura) de frente para o mar, que era do Roberto Marinho...
ResponderExcluirClaro que o Boni, que foi homenageado pela escola , tem que falar bem do contraventor ! Agora dizer que um crime justifica outro é coisa de doido . Crime é crime ! Crime com ajuda social ? Só neste país sem lei ! Todos deveriam estar presos , mas ao invés polícia e governo de ladrões dançam carnaval com assassinos ! Viva viva !!
ResponderExcluirGrande homem.
ResponderExcluirMuitos criticam, poucos serão como ele.
Ninguém será igual.
Bem como Castor de Andrade e outros cariocas, altruístas, e conhecedores do saber das ruas do subúrbio.
Anízio é meu ídolo e referência como homem e empresário! Esse tem muito o meu respeito, carinho e admiração!
ResponderExcluirTodo guerreiro merece ter sua glória. Um guerreiro bem feitor então... seja por inteligência ou por bondade genuína, a filantropia é realizada com sucesso. Aposta quem quer. Pior é obrigar quase todos a pagar impostos e empurrar como forma de justificativa, um péssimo e ineficiente serviço público.
ResponderExcluirO que me parece, o senhor Anísio é uma ótima pessoa, muito astuto e igualmente humilde. Alias, a humildade é sinônimo de muita inteligência. Gostaria muito de poder conhecer o senhor Anísio e saber a fundo algumas questões que possuímos de alma. Como o paradoxo entre a fé e a razão.
ResponderExcluirEntendo por razão a necessidade humana da luta. Entendo por fé, apenas a dúvida de um sistema que horas parece que existe e horas parece que não. Uma ocultação divina que nos faz duvidarmos de nós mesmos, nos faz aprisionados na dúvida eterna. Hora, depois de tanto filosofar internamente e algumas vezes externamente como faço agora, tenho preferido ficar com a triste realidade e obedecer a minha luta, os meus desejos e a minha vida. Fazer do paraíso minha realidade como for possível e não, uma promessa duvidosa de vida após morte. Ao senhor Anísio e ao Castor é só admiração. Conheço bicheiros igualmente grandes aqui em SP que nunca se ouviu falar de quaisquer retribuição social.
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