Lá se vão quase 10 anos desde a morte do então líder da Autoridade
Palestina e presidente da Organização para a Libertação da Palestina
(OLP), Yasser Arafat, sem uma resposta definitiva para as suspeitas de
que tenha sido assassinado por envenenamento. Embora se trate de
liderança histórica, celebridade internacional agraciada com o Prêmio
Nobel da Paz, e o óbito tenha ocorrido em um hospital de Paris, um mês
após ele ser internado com dores no estômago e náusea, as dúvidas
persistem mesmo após peritos suíços constatarem a presença de teor do
elemento radioativo polônio-210 vinte vezes superior ao normal em seus
ossos e amostras do terreno em que foi sepultado.
O laudo, divulgado na quinta-feira, não é conclusivo. Segundo os especialistas, é possível ter 83%, não 100%, de convicção. Ou seja, o que era ruim ficou pior. Trocar a suspeita por forte indício é estabelecer a incerteza, um dos elementos de manipulação preferidos dos extremistas. Com intensa repercussão na rede de televisão do Catar Al-Jazeera, uma das mídias mais influentes no mundo árabe, o agora provável assassinato de Arafat pode funcionar como estopim extra na região do secular conflito israelo-palestino. É que já recrudescem as acusações a Israel, que sempre negou qualquer responsabilidade no caso.
Além disso, é incontestável que o laudo ora divulgado corrobora o pedido de membros da OLP de abertura de inquérito internacional para estabelecer a verdade. Não há outro caminho. E as providências precisam ser aceleradas. Retomadas em agosto, as novas negociações de paz não podem morrer no nascedouro, embora há tempos estejam cercadas de ceticismo. Bastam os imbróglios em torno da criação do Estado da Palestina, da ocupação de territórios palestinos, da manutenção de colônias judaicas e da eventual divisão de Jerusalém entre os dois povos.
Yassar Arafat foi espécie de farol de sinalização confiável para os palestinos, peça fundamental nas tentativas de entendimento com os judeus. A liderança exercida por ele era garantia de unidade política. À parte a necessidade de respeitar a memória do líder, a comunidade internacional não pode ficar passível diante da hipótese de um crime hediondo. Embora não dê garantias de ter havido assassinato, o laudo afirma que os resultados "sugerem a participação de outra pessoa", tendo em vista que "uma pessoa não absolve polônio acidental ou voluntariamente". Em outras palavras, o relatório praticamente descarta as possibilidades de acidente e de suicídio.
Só uma investigação rápida e definitiva porá fim à propagação de teorias conspiratórias. Por um lado, é fácil — e conveniente aos interessados — apontar o dedo para Israel. Por outro, não se pode descartar nenhuma hipótese. E enquanto prevalecer a dúvida, o clima tende a azedar ainda mais entre judeus e palestinos. Anteontem, Wasel Abu Yusef, dirigente da OLP, fez uma provocação direta: "Só Estados, não pessoas, possuem (o elemento radioativo polônio-210)".
O laudo, divulgado na quinta-feira, não é conclusivo. Segundo os especialistas, é possível ter 83%, não 100%, de convicção. Ou seja, o que era ruim ficou pior. Trocar a suspeita por forte indício é estabelecer a incerteza, um dos elementos de manipulação preferidos dos extremistas. Com intensa repercussão na rede de televisão do Catar Al-Jazeera, uma das mídias mais influentes no mundo árabe, o agora provável assassinato de Arafat pode funcionar como estopim extra na região do secular conflito israelo-palestino. É que já recrudescem as acusações a Israel, que sempre negou qualquer responsabilidade no caso.
Além disso, é incontestável que o laudo ora divulgado corrobora o pedido de membros da OLP de abertura de inquérito internacional para estabelecer a verdade. Não há outro caminho. E as providências precisam ser aceleradas. Retomadas em agosto, as novas negociações de paz não podem morrer no nascedouro, embora há tempos estejam cercadas de ceticismo. Bastam os imbróglios em torno da criação do Estado da Palestina, da ocupação de territórios palestinos, da manutenção de colônias judaicas e da eventual divisão de Jerusalém entre os dois povos.
Yassar Arafat foi espécie de farol de sinalização confiável para os palestinos, peça fundamental nas tentativas de entendimento com os judeus. A liderança exercida por ele era garantia de unidade política. À parte a necessidade de respeitar a memória do líder, a comunidade internacional não pode ficar passível diante da hipótese de um crime hediondo. Embora não dê garantias de ter havido assassinato, o laudo afirma que os resultados "sugerem a participação de outra pessoa", tendo em vista que "uma pessoa não absolve polônio acidental ou voluntariamente". Em outras palavras, o relatório praticamente descarta as possibilidades de acidente e de suicídio.
Só uma investigação rápida e definitiva porá fim à propagação de teorias conspiratórias. Por um lado, é fácil — e conveniente aos interessados — apontar o dedo para Israel. Por outro, não se pode descartar nenhuma hipótese. E enquanto prevalecer a dúvida, o clima tende a azedar ainda mais entre judeus e palestinos. Anteontem, Wasel Abu Yusef, dirigente da OLP, fez uma provocação direta: "Só Estados, não pessoas, possuem (o elemento radioativo polônio-210)".
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