Ainda com certa timidez, começam a ser vistos na internet
determinados artigos e reportagens que demonstram a gravidade da chamada
bolha imobiliária, que elevou ao espaço os preços de imóveis no Brasil,
como já ocorreu nos Estados e no Japão, entre outros países. Um bom termômetro da situação é a estratégia que está sendo
adotada pelo grupo PDG, a maior corporação imobiliária do país, que
decidiu cancelar o lançamento de 43 projetos de êxito duvidoso,
avaliados em R$ 2,11 bilhões, e outros cinco, estimados em R$ 250
milhões, deverão ser cancelados em breve. "A situação do mercado imobiliário é desesperadora”, na visão do
comentarista econômico da GloboNews e do Fantástico, Luís Carlos Ewald,
professor da PUC. Diz ele que ninguém está comprando nada. E os fatos o
demonstram. Os classificados de O Globo, este domingo, traziam 22
páginas de oferta de imóveis para venda no Rio de Janeiro, e apenas 5
páginas de imóveis para aluguel. O problema é que os preços estão caindo, mas os donos de imóveis
que tentam vendê-los insistem em exigir valores absurdos, que eles lêem
nas tabelas divulgadas pelos jornais nos classificados. Hoje, há maciça
oferta de imóveis para venda, mas não existe a respectiva procura. Os
corretores ficam desesperados, porque não conseguem fechar negócios
devido à intransigência dos proprietários/especuladores. ALUGUÉIS EM QUEDA Os aluguéis já caíram tanto que um apartamento em Ipanema, com
ampla sala, três quatros e duas vagas na garagem, em ótimo estado, está
oferecido há três semanas pela WebImóveis por R$ 4,5 mil mensais, sem
conseguir interessado. E só as duas vagas valem R$ 1 mil… A crise do setor, é claro, está se refletindo na Bolsa de
Valores de São Paulo. As ações das construtoras vêm caindo desde o ano
passado. Das 17 empresas listadas no pregão, 12 valem menos do que seu
patrimônio, o que indica a gravidade da situação.
A PDG é uma das mais afetadas. Suas ações tiveram queda de 45,32% em
2013 e viraram o ano valendo apenas metade de seu patrimônio. A empresa
tem uma dívida líquida de 3,87 bilhões e contabilizou forte prejuízo em
2012. O balanço de 2013 ainda não foi divulgado.
Esta é a realidade do mercado, e os especuladores que compraram
imóveis na alta, pensando em revender com grande lucro, vão acabar
segurando o mico. Podem apostar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário