Caiu o último mensaleiro. Henrique Pizzolato foi preso ontem por
uma equipe carabinieri. O curioso é onde a polícia italiana conseguiu
encontrá-lo. Foi em Maranello, onde fica uma famosa fábrica de
automóveis. Mas Pizzolato não teve tempo de pegar uma Ferrari e disparar
pelas ruas da cidade para tentar escapar. Desta vez, não teve jeito.
Foi encarcerado por ter usado documento falso para entrar na Itália, o
passaporte de um irmão que morreu em um acidente de trânsito. E não foi
na pista de testes da escuderia italiana em Maranello.
O
governo brasileiro, obviamente, vai fazer o pedido de extradição para
que o ex-diretor do BB possa cumprir pena por seu envolvimento com o
escândalo do mensalão. Se a Itália vai conceder, são outros quinhentos.
Afinal, mesmo usando documento falso, ele tem dupla nacionalidade. Uma
coisa é certa: Pizzolato não voltará ao Brasil de uma hora para outra.
Muita negociação diplomática terá de haver antes disso.
Enquanto
isso, o penúltimo mensaleiro a ser preso (Roberto Jefferson e José
Genoino estão em casa, mas em prisão domiciliar), o ex-presidente da
Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP) insiste em dizer que não
vai renunciar ao mandato e se aposentar, como fizeram os outros
parlamentares. Pelo jeito, quer virar um mártir em toda esta história.
Diz aos quatro ventos que o escândalo do mensalão é uma farsa.
O
certo é que o episódio de Pizzolato e a postura radical de João Paulo
continuam alimentando as manchetes de jornais e dos telejornais em pleno
ano eleitoral. Que efeito isso terá na eleição é difícil prever. Muita
água terá passado por debaixo da ponte.
O ano atípico – com Copa do Mundo e tudo mais – forçará uma campanha muito curta. Quando os brasileiros começarem a prestar mais atenção, já terá chegado a hora de ir às urnas. Só uma coisa é certa: Pizzolato, se não for extraditado, não voltará só para votar.
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