De vermelho, como convém para receber no Palácio do Planalto o
primeiro-ministro da China, Li Kekiang, a presidente Dilma Rousseff (PT)
apresentava um semblante como há muito tempo não se via. Afinal, em
temporada de tesoura afiada nos investimentos do governo federal e a
economia afundando em direção à recessão, um acordo de US$ 50 bilhões
para investimentos em infraestrutura é um bálsamo para quem só tem
enfrentado problemas.
Bem, notícia boa na economia, em função da roubalheira, mas no aspecto político, a situação se agrava a cada dia, mesmo que a
caneta e o Diário Oficial da União tenham começado a entrar na
história. Ainda há muitas feridas abertas e pouco mertiolate e curativo
para sará-las.
Enquanto faz as contas dos investimentos
em ferrovias, na Petrobras, na Vale e outras empresas, Dilma ainda tem
que contar votos no Congresso, porque é certo que mais cascas de banana
serão jogadas em seu caminho.
Principalmente pelos
presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ambos hostis. Ainda mais que corre à
boca miúda no Congresso que os peemedebistas, despistadamente, estão
tramando atuar juntos. Se um é pouco, dois nas cadeiras em que estão
sentados é demais.
Ainda mais que o Palácio do Planalto
faz questão de vazar aos jornalistas que a presidente Dilma está mesmo
disposta a vetar o dispositivo da aposentadoria no cálculo 85/95 – idade
mais tempo de contribuição – já aprovado na Câmara dos Deputados. E
olha que ela foi aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) a aceitar o modelo. É a criatura contrariando o criador.
O
Planalto pode estar blefando, mas, se ela cumprir a ameaça, corre sério
risco de o veto ser derrubado e promulgado. E, nesse caso, Inês é
morta. Não há mais o que fazer.
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