É, pois foi exatamente o que fez o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao abrir a sessão no plenário para impedir que fosse lido o parecer do relator de seu pedido de cassação de mandato, o deputado Fausto Pinato (PRB-SP), no Conselho de Ética. E o que significa a expressão “meter os pés pelas mãos”? Ensinam os mais diversos dicionários.
É (de novo, no início do parágrafo) uma pessoa querer fazer ou resolver algo para o qual não tem competência. Uma confusão, uma frase ou um ato bem desajeitado. É dizer ou fazer algo inadequado ou inconveniente. Estragar algo. Ou ainda agir desajeitadamente ou com pressa, fazer alguma coisa de forma errada, confundir-se no raciocínio. No resumo da ópera, cometer algum erro.
O presidente da Câmara dos Deputados já tinha sofrido o golpe de perder o apoio da oposição – em especial do PSDB e do DEM –, por causa de seus jogos de cena. Na sessão de quinta-feira, até peemedebistas ligados a ele ajudaram a esvaziar o plenário, com a debandada geral que houve, por causa de sua manobra. Ficou agora em situação de alto risco. Pode não só deixar o comando da Casa, que era uma hipótese de meio-termo, como também perder o próprio mandato. Os próximos dirão.
Eduardo Cunha, no entanto, é brigão, não vai entregar os pontos tão facilmente. Ainda mais que tem armas poderosas guardadas a sete chaves em sua gaveta: os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele chegou a dizer que ficariam para o ano que vem. Depois da confusão, declarou em entrevista coletiva que tomará uma decisão ainda este ano. É recado para o Palácio do Planalto. O termo mais correto, no entanto, é chantagem.
Certo é que o caso ganha ares de dramalhão mexicano. Mais apropriadas são as novelas brasileiras em cartaz na TV. Elas trazem o resumo da ópera: o que vai prevalecer? A reação da Fera ferida, Eduardo Cunha, é claro. Ou os Os dez mandamentos bíblicos?
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