Deflagrada em março de 2014, a Operação Lava-Jato expôs a imagem do juiz federal Sérgio Moro aos cidadãos brasileiros, que acabaram por depositar em seu trabalho a ânsia pela justiça – em seu sentido mais amplo. Tal idolatria é totalmente justificável: frente aos escritórios de advocacia mais renomados do país, Moro foi capaz de, por seu trabalho tecnicamente quase inquestionável, colocar ‘poderosos’ atrás das grades e fazê-los pagar pelos crimes cometidos.
Que restou à defesa dos grandes malfeitores? O mesmo que aos petistas enrustidos e inconformados com a primeira fase da Ação Penal 470 – haja vista o escândalo de sua segunda fase, da qual culminou a mitigação das penas dos políticos envolvidos. Levantamento feito pela Procuradoria Geral da República revelou que, de um total de 413 recursos das defesas no caso do petrolão, apenas cerca de 4% foram atendidos total ou parcialmente, frente a 313 (76%) negados e 83 (20%) ainda em trâmite.
Veio enfim uma resposta em alto e bom som à carta de repúdio à Lava-Jato publicada nos principais jornais do país. Resta saber quem a pagou e a origem dos honorários daqueles que têm por ofício a defesa de políticos e empreiteiros corruptos – uma especialidade do direito brasileiro que constitui mais uma jabuticaba. Parabéns ao trabalho do juiz Moro, da Polícia Federal e do Ministério Público.
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