Na semana em que só deu mosquito nas manchetes dos jornais, a política foi rica em notícias. E nem sempre boas notícias. A começar pelo corte brutal de R$ 23,5 bilhões no Orçamento da União. E inclui emendas destinadas aos parlamentares. O que significa? O pacote do governo no Congresso, que inclui a reedição da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), subiu no telhado.
Só que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, é um otimista inveterado. Ele jura de pés juntos que o governo acredita na volta da CPMF. É, diante de uma crise tão grave, é até possível, mas improvável. Até boa parte do PT é contra. E o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, traz outra “boa” notícia. Diz que os juros não vão cair. Juros altos significam mais recessão. Nada mais a declarar.
Além do mosquito, no entanto, teve a transferência do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) da prisão fechada para a prisão domiciliar. E ele promete frequentar as sessões do Senado, se é que a decisão judicial permite isso, o que não está muito claro. Certo mesmo é que, mesmo na cadeia, Delcídio continuou recebendo seus salários regularmente do Senado. É o contribuinte brasileiro bancando um parlamentar que recebe seus vencimentos mesmo sem trabalhar.
E como o Brasil é mesmo o país da piada pronta, mesmo que sem graça, é preciso ressaltar um detalhe nos pagamentos feitos pelo Senado a Delcídio do Amaral. Onde ele passou mesmo 83 dias? Na prisão. Mas recebeu, regularmente, “auxílio-moradia” de R$ 5,5 mil. A desculpa esfarrapada arranjada pela mesa do Senado é de que ele estava em uma espécie de licença por saúde e, portanto, impedido de comparecer às sessões. Então ficamos assim, Delcídio não estava encarcerado. Estava licenciado. Quem paga conta? Não custa repetir: o suado dinheirinho do contribuinte brasileiro.
E para lamentar, o mundo perde o escritor Umberto Eco, autor do best-seller O nome da rosa. Uma sugestão. Leia o pós-escrito livro, pequenino, em que ele declara que a cena de sexo da obra foi feita só com expressões bíblicas. Atrevido ele, não?
Eu não sou economista, mas acho que o Brasil já passou da fase de recessão, e entrou na fase de depressão econômica.
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