Na véspera da reunião do PMDB que, tudo indica, vai definir o desembarque da base de apoio da presidente Dilma Rousseff (PT), não se fala outra coisa em Brasília. E os políticos não trabalham. Fazem reuniões. E nem sempre com boas intenções. E já avisaram que vão abrir o balcão de negócios.
A informação chegou a partidos como PSD, PR e PP de que poderão se beneficiar indicando ministros para os cargos que ficarem vagos com a debandada dos ministros do PMDB. Mas o detalhe que eles mais gostaram foi o anúncio de que há cerca de 500 cargos na administração pública se os peemedebistas saírem em bloco. Como se diz no velho jargão, o balcão de negócios já está escancarado.
E o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também entrou em ação. Como vários jornais estrangeiros estão defendendo o afastamento de Dilma, seguindo o caminho aberto pelo The Economist, Lula foi tentar jogar água na fervura, mas o encontro foi para um café da manhã. E que deve ter sido servido quente.
A queda-de-braço, no entanto, será mesmo no PMDB. Foi por isso que a presidente Dilma chamou os ministros peemedebistas para conversar e tentar convencê-los a evitar a saída do governo. É tarefa difícil, muito difícil, tanto que o presidente peemedebista, Michel Temer (SP), diz taxativamente que já tem os votos necessários. E se o vice-presidente assumir, o PMDB deixa o status de coadjuvante no governo. Pragmáticos como são vão preferir comandar a matriz e deixar de lado a filial.
O grande temor no Palácio do Planalto é que a saída do PMDB leve junto os demais partidos hoje governistas, os maiores, principalmente. E se já faltam votos para juntar 171 deputados para impedir até mesmo a abertura do processo, a situação é grave. Nem o PSOL é contra o processo de impedimento. Precisa falar mais alguma coisa?
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