Vi na internet o fato de uma empresa fabricante de sorvetes japonesa ter alinhado o presidente, diretores e todos os empregados defronte a fábrica, para que se deixassem fotografar, da maneira mais formal possível, pedindo desculpas ao público pela elevação do preço de um dos seus produtos em 16%, passados 25 anos da última correção. Aparentemente, sem intenção de conectar um assunto ao outro, mas imediatamente a seguir, a emissora anunciou, mais ou menos assim, sua próxima matéria: ‘Cuidados que o consumidor brasileiro deve ter em suas compras, para não ser enganado pelo vendedor’.
O contraste das duas notícias me aturdiu. Imaginei, então, o que pensariam os japoneses se soubessem dos escorchantes preços, em claro oportunismo, dos salgadinhos nas lanchonetes dos aeroportos, bem como do bacalhau e dos ovos de Páscoa durante a semana santa. E se eles soubessem que, comprando camarão, peixe ou frango congelado, inapelavelmente pagamos pelo gelo nele embutido como se fizesse parte do produto? E se os orientais soubessem que, aqui, prazos de entrega de mercadorias costumam não ser cumpridos e que elas, mesmo pagas adiantadamente, às vezes não nos são entregues? E se soubessem das liquidações enganosas, nas quais se apregoa falsa redução dos preços? Na certa, arregalariam os olhos, também aturdidos.
Teríamos, então, de explicar-lhes as diferenças entre Japão e Brasil. Começaríamos pela que existe entre Tóquio, onde políticos corruptos são punidos, e Brasília, onde a corrupção é institucionalizada e organizada pelo próprio governo.
Os japas fariam harakiri nos comerciantes e políticos desonestos.
ResponderExcluirOs japas fariam harakiri nos comerciantes e políticos desonestos.
ResponderExcluir