Tenho insistido no assunto, já que até hoje não foi identificada e muito
menos investigada a volumosa quantia destinada aos senhores deputados.
Dizem que a finalidade é a de aplicá-las em obras nas bases respectivas.
Por exemplo, um deles, se eleito pela Grande BH e seus inúmeros
municípios, como deve proceder?
O correto seria transferir essa verba
diretamente para as prefeituras municipais. Deputados foram eleitos para
legislar, e não para executar. A meu ver, se trata de uma barganha
institucionalizada, toma lá dá cá. Desconheço deputado pobre e, quando
se aposentam, aliás, com um salário significativo, deixam um rastro de
nepotismo, beneficiando toda a família.
Enquanto isso, o trabalhador
brasileiro precisa trabalhar 35 anos para receber no futuro pouco mais
de dois salários mínimos. Se o valor anual da emenda parlamentar é de R$
16 milhões, ao final do mandato, cada deputado receberá a
insignificante quantia de R$ 64 milhões. Não satisfeitos, acabam de
criar o benefício de isenção do pagamento de passagens aéreas para os
cônjuges. Certamente outros virão, como auxílios para motoristas,
empregadas domésticas, faxineiras, pedicure, manicure etc. Para onde
caminha o Brasil?