Bola para o mato, que o jogo é de campeonato. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. Isso é tudo o que a presidente Dilma Rousseff gostaria de dizer neste momento de seu governo. Só que, a cada dia que passa, algum ministro joga uma bola fora.
Será que a sucessão de escândalos vai parar? Claro que não! Dilma, no entanto, começa a dar a volta por cima. Não quer destroçar sua base de sustentação no Congresso, mas, com jeitinho mineiro, apesar de seu estilo gaúcho, vem conseguindo tocar o governo de forma capenga. A faxina no ministério, os próprios fatos se encarregam de fazer. Ela não precisa do desgaste. Afinal, quem deixou o lixo foi Lula!
Se precisar de ajuda, Dilma pode contar. Ela vem de fora e de forma inusitada. Nos últimos dias, quem mais explícito saiu em sua defesa? Nada menos que o ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso, talvez em retribuição aos gestos carinhosos que recebeu de Dilma. Mas pareceu sincero. Quem mais? A ex-ministra de Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva, sua adversária nas eleições do ano passado. E uma adversária incômoda: foi responsável por levar a disputa para o segundo turno.
A sociedade civil também entrou na roda. Entidades empresariais, de classe, como a de advogados, sem contar inúmeras ONGs que combatem a corrupção, declararam apoio a medidas saneadoras que tentem estancar a sangria de dinheiro público para o bolso de inescrupulosos políticos e empresários. É um começo.
O combate à corrupção precisa de um movimento como foi, por exemplo, o Diretas já. Afinal, as denúncias se sucedem, a impunidade permanece e nada muda. Em algum momento da política brasileira este círculo vicioso precisa ser quebrado. Quanto antes melhor para o pobre do contribuinte que paga a conta.