Hoje é domingo, dia de tomar uma cervejinha. Mas não me venha com Skol, Antarctica, Schincariol ou outras mais. A Brahma é a gelada da vez. Nos dois sentidos. Brahma é o apelido pelo qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era tratado por empreiteiro investigado pela Operação Lava-Jato da Polícia Federal (PF). Ou seria mais apropriado dizer codinome? Não é novidade, a PF sabe disso desde o ano passado, quando Lula prestou depoimentos.
E agora a Operação Lava-Jato chegou aos quadrinhos, filmes e seriados (daqueles antigos) de televisão. O novo delator do esquema Luís Eduardo Campos Barbosa da Silva demorou, mas decidiu fazer delação premiada. Ele havia sido condenado com Júlio Faerman no passado pelo pagamento de propinas no valor de R$ 42 milhões para receber informações privilegiadas entre 1997 e 2012.
“Santo depoimento, Batman!” Calma, tem explicação. Faerman e Luís Eduardo andavam sempre juntos. Por isso eram chamados de Batman e Robin. Além de mais investigações, não falta mais nada na Lava-Jato.
Cervejinhas e histórias em quadrinhos à parte, mesmo com o recesso no Poder Judiciário, os políticos continuam na berlinda. Atendendo a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anda numa maré de azar. Afinal, corre o risco de perder o mandato.
E, para piorar para Eduardo Cunha, também Cláudia Cruz, sua mulher, e Danielle Dytz da Cunha, sua filha, tiveram seus sigilos quebrados pelo Supremo. E isso sem contar três empresas da família. É mesmo um inferno astral.