segunda-feira, 23 de novembro de 2009
A violência nos indigna, ainda mais se for praticada contra a mulher e as crianças.
Eu não me canso de lembrar às pessoas do grupo que temos hoje o gasto com a violência comprometendo mais de 5% de nosso PIB (Em 2004 eram R$ 95 bilhões/ano), isso segundo estudos do IPEA, que é entidade do Governo Federal, a minha estimativa ultrapassa 10%, pois muitos custos não foram incorporados no estudo, e que o Brasil se tornou recordista mundial em acidentes de trânsito, com mais de 100 mortes por dia. Isso mesmo, somente uma pessoa ignorante não se comove com esta questão, mas se comovem com um personagem de novela que sofre um acidente no Reino da Jordânia, enquanto que a realidade está batendo a nossa porta, por conta dos incompetentes que elegemos, a começar por aquele que nos dá o pior exemplo.
Recomendo que leiam o livro: Guerra Civil: Estado e Trauma de Luis Mir.
Em seu livro, o espanhol Luís Mir diz que nosso país está vivendo uma verdadeira guerra civil, em que as pessoas se matam entre elas ou são fuziladas pela polícia, principalmente a tiros, e nas favelas. Ou seja: as vítimas desta guerra são os pobres, que vivem em permanente estado de tensão e terror. As mortes chegam a 150 mil por ano, são mais de 400 pessoas mortas por dia, e custam, para o Estado, metade do que o país gasta com saúde. Não existe no mercado nenhum outro livro igual a este, que é absolutamente inédito e original. Guerra Civil: Estado e Trauma, com quase mil páginas, é um estudo sobre a guerra civil brasileira e suas vítimas, desnuda com precisão documental, propriedade moral e serenidade investigatória essa verdadeira tragédia nacional, atordoante e aterradora.
Segundo Secretaria Nacional de Segurança Pública o Brasil detém uma das maiores taxas de homicídios no mundo, com aproximadamente 48 mil mortes por ano. Nos últimos cinco anos, o número de crimes contra o patrimônio, espalhados pelas principais capitais, teve um crescimento médio de 23%.
Segundo a ONG Rio de Paz, que denuncia o excesso de mortes no Rio de Janeiro foram 20 mil mortes violentas em mil dias, entre janeiro de 2007 e setembro de 2009, uma média de 20 assassinatos por dia. De acordo com dados oficiais do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, a polícia matou 1.137 pessoas em 2008 em confrontos, nos chamados autos de resistência. De janeiro a setembro deste ano, os mortos pela polícia chegaram a 805, mantendo uma média de três mortos por dia, e isso somente no Rio de Janeiro.
Somos também recordistas de acidentes de trabalho, saibam que o Brasil tem 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil brasileiros e custam R$ 32 bilhões ao país. Estes acidentes de trabalho matam oito trabalhadores brasileiros por dia e esta conta pode ser muito maior, já que não inclui os 40 a 80 milhões de brasileiros da economia informal. Números macabros retratam o descuido de boa parte do empresariado com as normas de segurança e com seus funcionários, mas de responsabilidade do Estado fiscalizar e antes de tudo, responsabilidade de nossas escolas formar cidadãos com noções básicas que nos encaminhem à prevenção.
E no trânsito? Nos alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), que nos mostra que o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. O dado foi divulgado com a publicação do maior estudo já realizado sobre o impacto dos desastres para a saúde.
Não temos dados mais atualizados, pois a OMS utilizou dados de 2007, com o objetivo de comparar todos os países. Segundo dados oficiais naquele ano, houve 35,1 mil mortes causadas por desastres com automóveis no Brasil. Especialistas acreditam que esse número pode ser bem maior, pois só são contabilizadas as mortes que ocorrem no local do acidente.
No Brasil são mais de 45 mil mortes/ano (incluindo óbito após 24 h do acidente, oficialmente gira em torno de 30.000 mortes/ano). Os números são também macabros, o trânsito mata mais que 100 pessoas por dia. São mais de 376.589 mil feridos/ano.
Mas não ensinamos, no ciclo fundamental, conceitos básicos de energia (eletrofrequência, elétrica, cinética, térmica, potencial, eletromagnéticas etc.). Conceitos que não foram e não são passados às crianças no ciclo básico. Temos professores no ciclo fundamental que não se preocupam com a segurança das crianças, desconhecem o básico, como o risco das ondas eletromagnéticas produzidas pelas atividades da telefonia celular, das linhas de transmissão de energia elétrica, de radares e computadores, entre outros elementos, em especial quanto ao câncer. Dos celulares em especial. E também não ensinamos às nossas crianças e jovens as noções básicas de trânsito, mas sabemos, por conta de pessoas como a senhora, exigir que sejam colocadas lombadas nas ruas, estradas e avenidas ou elegendo ignorantes que não sabem administrar um botequim, muito menos um país.
Recomendo neste sentido que acessem:
http://www.criancasegura.org.br/
http://www.observatorioeco.com.br/index.php/mp-discute-riscos-da-telefonia-celular-a-saude-humana/
Se observarmos a quase totalidade das argumentações, temas e artigos debatidos até aqui sempre apresentam algo voltado a uma dicotomia. É neste sentido que gostaria que repondessem algumas perguntas, perguntas que não nos são apresentadas quando discutimos política, economia, responsabildade social, etc... Antes porém reflitam sobre as frases que apresento a seguir e que podem criticar à vontade ou, o que é preferível, questionar à vontade:
"Os brasileiros não estão divididos entre os que são descendentes desta ou daquela etnia, não estão divididos entre os que pertencem a esta ou aquela classe social, não estão divididos entre os que trabalham e empreendem formalmente e os que estão marginalizados, excluídos ou na economia informal. Os brasileiros não estão divididos entre os que tiveram acesso a um bom ensino fundamental ou não, não estão divididos entre os que sofrem ou não a discriminação espacial, não estão divididos entre os que defendem a liberdade ou ideologias de esquerda e de direita, não estão divididos entre os que tem a sua propriedade reconhecida e ou protegiada e não, não estão divididos ... Estão divididos entre os que não sabem e os que sabem o que são impostos e quais deveriam ser eles e como devem ser aplicados para que o Estado possa cumprir o seu papel." (Gerhard Erich Boehme)
“Um Estado, o chamado 1º Setor, deve apenas atuar subsidiariamente frente ao cidadão - observar o princípio da subsidiariedade - e não estar voltado para ocupar o papel que cabe ao 2º Setor - pois assim se cria o estado empresário e com ele fomenta-se o clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas e socialimo de privilegiados, a corrupção, o empreguismo e o nepotismo - ou 3º Setor - pois assim se promove o Estado populista que cria ou alimenta os movimentos (antis)sociais, o paternalismo e o assistencialismo, bem como que abre espaço para a demagogia político e perda da liberdade e responsabilidade do cidadão. Caso contrário ele acaba criando o 4º Setor - quando o poder coercitivo (através da tributação, defesa nacional, justiça, saúde pública, segurança pública etc.) do Estado deixa de ser exercido por ele e é tomado por parte de segmentos desorganizados ou não da sociedade - cria-se então o Estado contemplativo, que prega a mentira, pratica a demagogia e o clientelismo, com seu capitalismo de comparsas e socialimo de privilegiados e cria o caos social através da violência e desrespeito às leis”. (Gerhard Erich Boehme)
Entenda melhor: http://www.youtube.com/watch?v=GwGpTy-qpAw
O brasileiro é inimigo do Brasil e os economistas possuem um papel fundamental para reverter este processo educando a sociedade para que saiba o que é imposto e como deve ser aplicado, são palavras duras, mas que nos levam a questionar e refletir para que possamos responder aos quesitos fundamentais:
a)Quais são as tarefas autênticas do Estado para que ele possa ser eficaz nos seus resultados?
b)Em que nível, federal, estadual ou municipal, devem ser realizadas?
c)Como controlar os gastos estatais e impedir que eles se expandam continuamente e não venham a comprometer, como ocorre, os recursos para justiça, incluindo o primeiros passos da polícia judiciária (Polícia Civil e Polícia Técnico-científica), a educação fundamental e a segurança pública (Polícia ou Brigada Militar, Polícia Municipal, Conselhos Comunitários, etc.)?
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 8877-6354
Skype: gerhardboehme
Caixa Postal 15019
80811-970 Curitiba - PR
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