Dizem que o Brasil é o país da piada pronta. Na política, é ainda
mais. E ela vem dos mais altos escalões da República. Podemos começar,
por exemplo, com a presidente Dilma Rousseff (PT), que voltou a se
aventurar no Twitter. Ao anunciar que havia promulgado a lei do Minha
Casa Melhor, incluiu uma série de aparelhos domésticos e móveis que
ainda não podiam ser comprados pelos cartões que permitem juros
subsidiados nos financiamentos com prestações a perder de vista.
Entre
os eletrodomésticos, Dilma citou tablets e fornos de micro-ondas. Entre
os móveis, falou em armário de cozinha e rack para aparelhos de
televisão e som. Esses produtos realmente estavam em estudo, mas não
foram incluídos, porque dependiam de aprovação prévia do Conselho
Monetário Nacional (CMN). Dilma Rousseff atropelou os trâmites.
Resultado:
convocou reunião extraordinária do CMN que na quarta-feira aprovou,
embora suas reuniões sejam normalmente na última quinta-feira do mês, os
produtos na lista. E ainda divulgou nota alegando que “a inclusão
desses itens atende uma demanda dos beneficiários”. Assim por escrito.
Então, tá!
Enquanto isso, do outro lado da Praça dos Três
Poderes, no Congresso Nacional, uma licitação de compras de alimentos
foi suspensa, sob suspeita de estar superfaturada. Valor: R$ 98 mil por
seis meses.
Resultado: a comida era para abastecer a
residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
que foi obrigado a levar a família nos últimos dias para comer no
restaurante do próprio Senado. Renan garante que está pagando as contas
do próprio bolso. A história é bem temperada, não? Será que a comida de
lá também é?