Líder do PR na Câmara dos Deputados, a contragosto do Palácio do
Planalto, Anthony Garotinho (RJ) não foi convidado para participar da
reunião de segunda-feira no Palácio do Planalto. Estiveram com a
presidente Dilma Rousseff (PT) o presidente nacional do partido, senador
Alfredo Nascimento (AM), que saiu defenestrado do governo, e seu colega
Antônio Carlos (SP), suplente da ministra da Cultura, Marta Suplicy
(PT-SP). Mais ninguém. Dilma, pelo menos, fez uma deferência a
Garotinho, ligou para ele para ouvir sugestões. Ouviu nomes que já havia
descartado, os dos deputados Luciano Castro (RR) e Jaime Martins (MG),
que ela chegou a cogitar fortemente, mas que encontrou resistências
dentro do próprio partido. Perdeu em casa.
Ainda com Garotinho no telefone, Dilma perguntou se havia restrição ao nome de César Borges, ex-governador da Bahia. Sem ter como barrar a indicação, o deputado do Rio capitulou. É curiosa a escolha de César Borges. Vice-presidente do Banco do Brasil, quase perdeu o cargo por causa do apoio que deu a ACM Neto (DEM-BA), que venceu a disputa pela Prefeitura de Salvador, enfrentando a máquina do governador Jaques Wagner (PT). O detalhe é que Wagner segurou César Borges no cargo no BB, porque tem boas relações com ele. Vá entender a política brasileira, ainda mais quando servida com acarajé apimentado.
Agora falta o “independente” PSD, que deve levar, com o vice-governador de São Paulo, Afif Domingos, o novo ministério da Micro e Pequena Empresa. No virado à paulista, é bom lembrar que Afif é vice de Geraldo Alckmin (PSDB), que dá sinais de estar de mãos dadas com o senador Aécio Neves. Vá entender a culinária paulista.
No risoto que está cozinhando, a presidente Dilma Rousseff pretende roubar o máximo possível de tempo no horário eleitoral gratuito. Só que um ministério hoje não é garantia de coligação amanhã. A comida servida é pesada e de difícil digestão.