Na questão do projeto do novo Código Florestal, os ruralistas não estão tão unidos assim. Caberá a cada partido discutir o mérito do acordo que está perto de ser fechado com o governo, que aceita, por exemplo, flexibilizar as Áreas de Preservação Permanentes (APPs) nos morros de Minas, por exemplo. Afinal, não dá para tirar o café de lá. Já nas APPs de beirada de rio, a área de meio ambiente do governo bate o pé. Elas são importantes para outros estados, mas impedir sua utilização na Amazônia, por exemplo, é tiro no pé dos fazendeiros.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Copa da retranca
Depois da aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto da Lei Geral da Copa de 2014, o governo vai adotar a tática da bola para mato que o jogo é de campeonato, na polêmica questão da liberação das bebidas alcoólicas nos estádios. Na prática, a base aliada ao Palácio do Planalto, diante da resistência da bancada evangélica, optou por suspender a vigência da lei federal que proíbe a entrada de bebida nos estádios. A comercialização dentro dos estádios é atribuição dos estados, a legislação é estadual. E o projeto aprovado não toca neste assunto. Simplesmente ignora. O problema cai no colo dos governadores. Eles é que serão obrigados a bater o pênalti. Não tem aquela história de que os presidentes de clubes é que deveriam cobrar as penalidades máximas? Pois é, sobrou para os governadores.
Na prática, há outra armadilha armada pelo governo federal. Os estados que se candidataram a sediar os jogos também assinaram o mesmo termo de compromisso firmado pela União com a Fifa. É nesse documento que está prevista a venda de bebidas nos estádios, até porque um dos patrocinadores da Copa é uma fábrica multinacional de cerveja. No entendimento do Palácio do Planalto, os estados também não têm como se furtar a cumprir o que subscreveram.
É, pode ser. Mas, em caso de rebeldia, como ficaria? Bem, um estado onde há resistência à volta da venda de bebidas alcoólicas nos estádios é São Paulo. E é lá que está prevista a abertura da Copa – a final será no Rio de Janeiro, no novo Maracanã. Será que os paulistas vão querer fazer graça e correr o risco de ver a Fifa trocar a sede da abertura da Copa? É improvável. Como sempre no Brasil, sabe o que vai acontecer? No fim será dado um jeitinho e, entre mortos e feridos, todos vão se salvar. É só esperar para ver.
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