Em sua primeira viagem oficial ao Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff quebrou o silêncio que mantinha em relação ao reajuste do salário mínimo e, de forma direta, deixou claro que as centrais sindicais devem pegar ou largar a metodologia de correção do salário mínimo fixada no governo Lula: “No passado não se dava sequer a inflação. Nosso governo (o de Lula) fixou uma metodologia de reajuste. Precisamos saber se as centrais querem ou não a manutenção do acordo de correção. Se querem, o que nós propomos para este ano é R$ 545”, afirmou Dilma, rechaçando reajustes mais elevados ou mesmo a negociação de reajuste na tabela do Imposto de Renda. “Não achamos correta a discussão simultânea da tabela do IR com o salário mínimo. Pô, Dilma Vana! A campanha já acabou, você venceu, para de falar "no passado", até porque o seu não é dos brilhantes.
Dilma se referia ao acordo fechado ainda no governo Lula que prevê anualmente a concessão do reajuste de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes mais a inflação do ano corrente – política que ela não pretende mudar. O mesmo vale para a correção da tabela do IR. “Jamais a gente discutiu em oito anos qualquer política de indexação. Não damos indexação inflacionária. Por isso, não concordamos com o que saiu nos jornais (sempre os jornais!!!), que o reajuste da tabela, se houvesse, seria feito pela inflação passada”, disse Dilma, ao explicar que isso “seria carregar a inércia inflacionária para dentro de uma questão essencial que é o IR”.
Dilma Vana afirmou ainda que as mudanças na tabela do IR sempre foram “baseadas na expectativa de inflação futura, que é o centro da meta, os 4,5% ao que o ministro Gilberto Carvalho se referiu”. Dilma negou ainda que haja divergências entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, que negocia com as centrais. Em relação a essas conversas, Dilma acredita que estão apenas começando. Ela considera importante ver esse segmento trabalhando em parceria com o governo em áreas como educação, saúde e segurança pública.
Dilma respondeu a perguntas dos jornalistas logo depois de uma reunião de quase duas horas com o governador Tarso Genro, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, e outras autoridades para discutir ações contra a estiagem que afeta o estado. Veja a seguir os principais tópicos abordados na entrevista, além do salário mínimo e da tabela do IR.
Tico e Teco se comportaram...