Zapatero e Lula |
É ensurdecedor o silêncio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sobre a compra da refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, pela
Petrobras. A única declaração a ele atribuída – a de que a presidente
Dilma Rousseff deu um tiro no pé ao colocar em dúvida a base jurídica e
técnica para a compra da refinaria – também foi a única menção ao caso
feita pelo Instituto Lula. E exatamente para negá-la com veemência. E
atacou o jornal que a publicou: “É lamentável a reincidência do jornal
em invencionices. Apenas desinforma seus leitores e conspira contra a
verdade”. É, pode ser. Mas nada mais foi dito, embora mereça registro
que Lula estava na Espanha esta semana.
Uma das possíveis
consequências do imbróglio envolvendo a Petrobras é fazer com que Lula
anuncie de vez que não pretende voltar a disputar a Presidência da
República este ano, desejo de nove entre 10 petistas e de líderes
importantes de vários partidos aliados ao Palácio do Planalto. Afinal, o
negócio de Pasadena, que é apenas o fio da meada, foi feito em seu
governo. Como também foram feitos nele aportes bilionários em holdings
na Holanda, tanto por empresas privadas quanto pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Social (BNDES). Neste caso, uma bagatela de R$ 8,5
bilhões, sem contar mais R$ 1,5 bilhão do BNDESpar.
A
oposição ainda sonha com a criação de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) para apurar o caso. É sonho de uma noite de verão, a
menos que surjam fatos novos a cada dia e ela se torne imprescindível.
O
inferno astral do governo no momento parece não ter fim. O Brasil é
rebaixado pela Standard&Poor’s, arrastando junto os maiores bancos
do país. A agência prevê baixo crescimento e teme pelo aumento da
inflação.
Se a situação econômica está quente, a política está fervendo. Um mau começo de campanha eleitoral.