Alheia à crise política, pelo menos para passar essa impressão, a presidente Dilma Rousseff (PT) anda de bicicleta em Porto Alegre, onde passa o feriado da Páscoa. O problema é o tradicional chocolate desta época, que pode ter um significado contrário. E por quê? Por causa das pedaladas fiscais que fez em seu governo. Definitivamente, chocolate de Páscoa e pedaladas fiscais não combinam nesta hora.
O chocolate no governo deve partir esta semana, quando o PMDB oficializar a sua saída do governo, embora alguns ministros prefiram as benesses do cargo e insistam em ficar. Serão muito pressionados e será difícil resistir. Dilma, com isso, terá o PT e os aliados de partidos históricos do comunismo. E olhe lá. No Congresso, nada aprovará, a menos que haja boa vontade.
A terça-feira será dramática para o Palácio do Planalto. E para a composição do ministério. As palavras do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), ele mesmo, filho do senador Geddel Vieira Lima (PMDB-GO), deixam claro: “Não vamos aceitar esse tipo de coisa”. Assim como não existe meia gravidez, também não pode existir meio rompimento. Não é razoável que, depois da decisão de romper, filiados do partido permaneçam no governo como ministros licenciados do PMDB. Isso seria a desmoralização. Moreira Franco ainda vai tentar. Sabe-se lá...
A questão que mais preocupa os principais gabinetes do Palácio do Planalto é que o rito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pode andar rapidamente, mais ainda do que o pedido de cassação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seu inimigo político declarado.
Depois tem o Senado, mas o estrago já estará feito. Os senadores vão contrariar a opinião pública? Pouco provável. Afinal, não é de hoje que se diz, a voz do povo é a voz de deus Temer.