A
Câmara, já a caminho da farra
eleitoral, incluiu numa das MPs
aprovadas no fechar das luzes do
primeiro semestre, um artigo
isentando totalmente os produtos
da cesta básica da cobrança de
IPI, PIS e COFINS. Medida
socialmente justa,
principalmente porque beneficia
as camadas de renda mais baixa,
mas que deixa os arrecadadores
do governo de orelha ardendo. O
governo quer barrar a proposta
no Senado, para não forçar Dilma
a um veto impopular num momento
em que ela já está desgastada
com o funcionalismo público. Os
senadores toparão assumir o
desgaste ? O curioso é que a
medida foi incluída na MP por
sugestão da oposição, que
reativou um projeto já existente
na Câmara de autoria de
deputados do PT. Eles chiaram
com a "traição" mais não tiveram
coragem de votar contra.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Lembrando Nelson
Em
tempos menos raivosos do
"politicamente correto" e de
mais bom humor no país, a seu
modo de provocar polêmica, o
escritor Nelson Rodrigues criou
uma frase, a respeito das
relações conjugais, que pode se
encaixar muito bem nesta
conturbada relação do governo e
da Anatel com as empresas de
telefonia celular.
"O governo pode não saber bem porque está batendo nas teles, mas elas sabem perfeitamente bem porque estão apanhando."
Elas negligenciaram e as
autoridades vacilaram. Eis os
fatos onde não há mocinhos.
Registre-se a interferência
direta do governo. Foi dele a
ação para a Anatel, em tese uma
agência independente, agir com a
dureza que agiu. O que não é bom
para a imagem de uma
administração que se prepara
para promover uma série de
concessões de serviços públicos
para a iniciativa privada,
processo no qual a confiança do
investidor na estabilidade das
regras e na autonomia dos órgãos
reguladores é essencial.
Judiciário ordinário
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Publicado n'OGLOBO de hoje sob o título de "Mensaleiros no Tribunal" |
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