O discurso no Palácio do Planalto da presidente Dilma Rousseff (PT)
sobre a crise política que seu governo atravessa, escrito certamente por
ghost writer, até que tentou. Em vão. Doeu nos ouvidos dos brasileiros
de bem que queriam ouvir uma fala, pelo menos que fosse assim, um
singelo pedido de desculpas e promessas de que iria tentar melhorar a
sua administração. Não, Dilma não é assim. A agenda da presidente Dilma,
pela manhã, só tinha compromisso com o vice-presidente Michel Temer
(PMDB). Nada menos que 10 outros ministros estavam presentes sem o
privilégio de figurar na agenda oficial.
No domingo, a presidente
Dilma ainda fez uma desfeita com o saudoso Sérgio Porto, o Stanislaw
Ponte Preta, criador do Febeapá (Festival de Besteiras que Assola o
País). No Palácio do Planalto, domingo à noite, diante das posturas dos
ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, e da
Justiça, José Eduardo Cardozo, escalados por ela para defender o
governo.
Eles atualizaram a citação de Sérgio Porto. Agora é “Festival de Burrices que Assola o País”. E não teve gravata nos ministros.
A
presidente Dilma deixou para o grand finale da solenidade a citação
sobre as manifestações que levaram milhões de brasileiros às ruas contra
a corrupção. Avisou que mandaria ao Congresso projeto para combatê-la.
Depois de quatro anos de mandato, só agora se preocupou com isso? Por
que não fez antes? Stanislaw teria a resposta. É que petróleo é
inflamável e incendiou os brasileiros com o tamanho do escândalo na
Petrobras. Se foram milhões nas ruas, foram bilhões nos bolsos de
corruptos.
Dilma fez questão de dizer que repudia os que
acreditam na tese do quanto pior, melhor. E de contar que participou da
luta armada pela redemocratização do país. E justificou que foi para que
“nunca mais pessoas em manifestações, inclusive contra a presidente da
República, possam sofrer sanções ou repressão”. E fechou com chave de
ouro: “Valeu a pena lutar pela liberdade. Valeu a pena lutar pela
democracia. Este pais está mais forte”. E a presidente nunca esteve tão
fraca.