O Brasil detém a quarta posição no ranking mundial,
com 116 milhões de usuários de internet. A maioria dos acessos é feita por
pessoas a partir dos 10 anos (64,7%). A capital federal é a campeã do país com
85,3% da população, ou 2,559 milhões de internautas. A cidade de São Paulo é a
segunda colocada, com 75,7% de pessoas conectadas ao mundo virtual. Mas isso
não significa democratização do uso da rede mundial de computadores. Os dados
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra
que as desigualdades socioeconômicas regionais também podem ser constatadas
nesse campo.
A internet está em 69,3% dos domicílios
brasileiros. Desse percentual, 76,7% estão no Sudeste, contra 56,6% no
Nordeste. O Distrito Federal tem o maior número de residências com acesso à
rede, 89,4%, seguido por São Paulo, com 80,4%. Em contrapartida, o Maranhão é o
estado com menor percentual de domicílios conectados: 47,6%. O cenário pode
mudar. No início de janeiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC) divulgou a relação das 25 mil localidades do país que
serão beneficiadas pelo programa Internet para Todos. As inscrições foram
abertas e cada cidade poderá apontar mais de uma localidade para ser
contemplada pelo programa.
As primeiras 300 cidades foram escolhidas. Cada uma
delas receberá uma antena e será conectada pelo Satélite Geoestacionário de
Defesa e Comunicação, lançado em maio do ano passado, e pelo programa Governo
Eletrônico — Serviço de Atendimento ao Cidadão (Gesac). As parcerias do
ministério permitirão o uso de banda larga para o monitoramento de fronteiras e
a conexão de equipamentos públicos de educação e saúde.
A internet
deve ser acessível a todos e, principalmente, às redes de ensino em todos os
níveis nacionalmente, permitindo que estudantes tenham acesso às informações. A
maioria das escolas ainda está presa no século 19, enquanto estabelecimentos
privados aboliram grande parte do material escolar, pois seus alunos usam
tablets no processo de aprendizagem. As unidades de ensino precisam adequar
suas estruturas aos tempos atuais.Obviamente, a internet não é suficiente para
elevar a qualidade do ensino. Mas é inegável que se trata de ferramenta de
grande importância aos que estão no banco escolar. É meio pelo qual os alunos
aprendem a pesquisar e a ter contato com outras realidades que o ajudam na
própria formação.
As
operadoras, que tanto lucram como provedoras precisam elevar o padrão de
qualidade dos serviços. Ou seja, oferecer ao consumidor o que efetivamente foi
contratado. Grande parte das empresas está no topo da lista de reclamações aos
Procons e à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pois promete o que
não pode cumprir, por falta de investimentos em infraestrutura indispensável à
melhoria do produto. Um comportamento atrasado com a atualidade. A correção
dessas distorções passa, necessariamente, por uma ação mais rigorosa do poder
público na defesa dos usuários. É fundamental que o país consolide uma política
que contemple uma internet neutra e sem limites a fim de democratizar o acesso
e permitir que todos possam exercitar a liberdade de expressão.