Causa perplexidade e ao mesmo tempo indignação observar a forma de agir
dos deputados e senadores na seara política desta nação. No Congresso
Nacional, local de disputas de projetos sérios como forma de
representação legítima aos eleitores, desviam da trajetória normal e
ocorrem as atrocidades legislativas, ou seja: em nome da sustentação
política fazem de tudo, prejudicando os eleitores que lhes outorgaram a
representatividade. Com esses parlamentares fazendo tudo que lhes é de
interesse, ficamos na insegurança. Pior, o que parece ser formação de
quadrilha para pilhar os eleitores virou outro nome: coordenação
política. Em passado bem próximo, os congressistas aprovaram a Lei da
Ficha Limpa com o viés do populismo e receio de a comunidade eleitoral
se sentir traída, eles ficaram bem na fita.
A exigência popular de 1,6
milhão de assinaturas foi marco importante para o feito. Entre tapas e
beijos foi um avanço. Só que, passados alguns meses, voltam com um texto
que altera o que eles mesmo aprovaram e que beneficia os ‘fichas-sujas’
que estão no poder, estabelecendo o cenário torpe da política.
Estacionam a democracia, ferem os direitos do cidadão e desmoralizam o
Legislativo, que não tem zelo pelas leis que faz. O Congresso, que em
tantos desvios já não parece legítimo representante do povo, ao aceitar
desastrosa proposta, não dá mostra de mudança de comportamento. O
deputado Cândido Vaccarezza, comandante de uma tropa míope, deveria
potencializar a Lei da Ficha Limpa com uma proposta que vai ao encontro
das expectativas de seus eleitores. Portanto, não se faz necessária lei
que regulamenta o que já existe como prática, é um retrocesso.