Antes, o alvo eram os recursos para a realização de festas pelo interior do país. Em Minas e RJ, foi um caminhão de denúncias
Será que Alexandre Padilha vai repetir, como ministro da Saúde, a personagem de novela Viúva Porcina, a que foi sem nunca ter sido? Ou será que tem razão ao alegar que o documento a ele atribuído é uma grosseira falsificação aceita pelo Ministério da Justiça, o que é muito mais grave? É uma esculhambação total na administração pública deste país. Afinal, se ele estiver dizendo a verdade – e é improvável que não esteja, já que não será difícil a uma perícia confirmar ou desmentir sua alegação – nada menos que R$ 3,1 milhões foram destinados a uma empresa fantasma com um documento falso. É o fim da picada e mostra o quanto falta transparência e cuidado no trato do dinheiro público deste país.
É certo que há uma máfia agindo no Ministério do Turismo. E não é de hoje. Antes, o alvo eram os recursos para a realização de festas pelo interior do país. Em Minas, foi um caminhão de denúncias que mostraram superfaturamento na contratação de cantores e para fazer a infraestrutura dos eventos. Diante das revelações que vieram também de outros estados, os nobres parlamentares decidiram migrar suas emendas. Não mudaram de endereço, continuaram no Ministério do Turismo, mas destinando recursos para a capacitação de pessoal. O esquema era o mesmo, rigorosamente o mesmo.
Mais que explicar se é falso ou verdadeiro o documento apresentado como se fosse assinado pelo ministro Alexandre Padilha, o Ministério do Turismo tem de trazer à tona como esquemas pouco sofisticados, tanto que vieram a público, embora não haja ninguém punido até agora, foram capazes de sangrar os cofres públicos em milhões e milhões de reais.