A seguinte mensagem foi postada no site da ABUL (Associação Brasileira de Ultraleves) pelo comandante Moura (foto), de Uberaba/MG, um dia antes do acidente que matou um juiz e o instrutor de voo.
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"Semana passada passei o maior
perrengue que já passei em toda minha vida na aviação.
Consultei NOTAM e
fiz plano de voo para Maricá, RJ. Não havia nenhum NOTAM (documento que tem por finalidade divulgar, antecipadamente, toda informação aeronáutica) e o plano foi
devidamente aceito na sala AIS Uberaba. Decolei do Vale dos Dinossauros
SSFH (Uberaba/MG) sexta-feira passada com minha esposa e dois filhos. Fui controlado
até o pouso em Maricá.
Lá chegando, logo na saída da taxiway uma viatura da guarda municipal
me aguardava. Taxiei a aeronave até local de estacionamento e antes de
desembarcar minha família já se encontravam ao lado da aeronave a
viatura com 4 policiais armados e dois ''fiscais'' da prefeitura. Fui
recebido com a pergunta: "O Sr. está ciente que o aeroporto está
interditado?" Logo respondi que quando decolei, não havia nenhum NOTAM de
interdição do aeródromo.
Me explicaram que apesar da pista não estar
interditada e de não haver NOTAM, o prefeito de Maricá interditou a área
do aeródromo que é propriedade do município. Que apesar da pista não
estar interditada, a área onde eu me encontrava estava interditada e que
para eu sair deste local precisaria de uma autorização formal da
prefeitura de Maricá, apesar da pista estar em operação e minha aeronave
estar com toda documentação em dia. Ainda que não poderia decolar no
domingo, como eu havia planejado, pois a prefeitura não funciona aos
finais de semana. Resumindo, não teria acesso ao meu bem, para poder ir e
vir, apesar de não haver nenhum NOTAM.
FUI EMBORA REVOLTADO, meus filhos inseguros sem entender o que estava acontecendo, e eu mesmo sem entender a situação que um cidadão pode ser colocado sem uma lógica.
Perdi compromissos segunda-feira em Uberaba e fui à prefeitura buscar a tal autorização. Com intuito de resolver minha situação, não questioneis muito.
Após viagem de carro de 45 minutos de Niterói à Maricá, Munido dos meus documentos e dos documentos da aeronave, cheguei à prefeitura e após esperar 1 hora, me disseram que não poderia ter acesso ao gabinete do secretário pois eu estava de bermuda (fui passar o final de semana na praia e o calor estava imenso). Esperei mais uma hora e me ''quebraram o galho'' e me entregaram uma autorização que me permitia decolar até no dia seguinte (aí ei já não poderia mais decolar na segunda por causa da demora). A autorização continha meu nome e os dados da aeronave, assim como o prazo limite de decolagem 15/10/13, dia seguinte. Questionei a pessoa que me entregou a autorização que a previsão do tempo não era das melhores e que não havia nome dos meus familiares na autorização. Me afirmaram que somente era necessário o nome do comandante da aeronave e, se caso não pudesse decolar no dia 15, teria que pedir outra autorização.
Munido da tal autorização, após outros 45 minutos de carro até o aeródromo, cheguei ao portão do aeroporto, apresentei a porcaria da autorização para escutar do guardinha que somente eu poderia ingressar o aeródromo pois os nomes de meus familiares não estavam na autorização. Que precisaria retornar à prefeitura para uma nova autorização, o que muito indignadamente fiz, inclusive colocando uma calça jeans na porta da prefeitura para poder acessar o grande e imponente gabinete do secretário. Mais uma hora e meia de raiva e indignação me trouxeram a autorização. Desta vez consegui entrar no aeródromo e ter acesso ao meu bem e com plano de vôo feito, ainda tive que ir até CABO FRIO buscar abastecimento, pois além de tudo, não havia Avgas em Marica, o que me custou entre ida e volta uns bons 40 minutos de vôo.
A situação foi extremamente revoltante! acho que nosso país está indo para algum lugar absurdo que nossos filhos pagarão caro o preço de viver aqui.
Obs:. Prefeitura comandada pelos petralhas...... Onde vamos parar?"
Saiba mais sobre o tal petralha Quaquá
Candidato à presidência do PT fluminense, o prefeito de Maricá,
Washington Quaquá (foto), nomeou, desde abril, 78 filiados do partido de fora
da cidade, situada na Região dos Lagos, para cargos de confiança em sua
gestão, além de 54 petistas do próprio município, segundo cruzamento
feito pelo GLOBO entre o Jornal Oficial de Maricá e os registros de
filiação partidária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nos bastidores
da disputa, adversários acusam Quaquá de usar a máquina da prefeitura
para comprar votos e financiar sua campanha para presidente do PT.