Discursando em São Paulo, Lula voltou a fazer-se de santo e desafiou:
'Duvido que tenha alguém neste país que seja mais cumpridor da lei do
que eu, que respeite mais as instituições do que eu'. Falar não paga
imposto, mas as palavras do ex-presidente não correspondem aos fatos.
Os exemplos de que Lula desdenha tanto da lei quanto das instituições
nacionais são inúmeros e estão aí para quem quiser ver. Nos Jogos
Pan-americanos do Rio de Janeiro, Lula deteve ilegalmente dois
pugilistas cubanos que apenas pretendiam tocar as suas vidas
profissionais em outro país (EUA), repatriando-os, arbitrariamente,
para as garras da ditadura cubana, rompendo com antiga tradição
brasileira de acolher estrangeiros, mormente os perseguidos. Na
contramão, deu asilo político a um extremista italiano, Césare
Battisti, condenado nos tribunais democráticos da Itália. Em discurso
proferido em 2010, Lula deu o exato tom de seu apreço ao Poder
Judiciário: 'Não podemos ficar subordinados, a cada eleição, ao juiz
que diz o que a gente pode ou não fazer'. Todos, ademais, se lembram de
que Lula ameaçou convocar um tal 'exército de Stédile' para
defendê-lo, talvez pensando em confrontar o Exército brasileiro caso
algo lhe acontecesse de ruim.
Também foi notória a recusa de Lula para
depor nas investigações em curso contra sua pessoa, tanto que o
magistrado optou por sua condução coercitiva – fato, aliás, de que
agora se prevalece para atacar a magistratura nacional junto ao Comitê
de Direitos Humanos da ONU. O que não faltam, por conseguinte, são
exemplos do enorme desapreço de Lula para com as instituições
nacionais. Resta saber se o pessoal das Nações Unidas vai comprar seus
embustes.