Se quiser seguir a lei com um rigor ortodoxo para seus hábitos, o brasileiro teria de oficialmente referir-se a Dilma Rousseff sempre como "presidenta".
Está em vigor a lei federal nº 2.749, de 1956, do senador Mozart Lago (1889-1974), determinando o uso oficial da forma feminina para designar cargos públicos ocupados por mulheres. Era letra morta. Até o país escolher sua primeira mulher à Presidência da República.
Mas surge uma nova conquista das mulheres! Depois do feminino de presidente ressuscitado por Dilma, a expressão idiomática ‘bode expiatório’ ganhou nova versão de gênero gramatical no discurso da pré-candidata a ‘vice-presidenta’ Marina Silva.
Ela acusa o governo de buscar nela, ambientalista de carteirinha, uma “cabra expiatória” para o desabastecimento hidrelétrico.
Está aberta a porteira para o uso de fêmeas em figuras de linguagem tradicionalmente protagonizadas por machos. Exemplos: matar uma leoa por dia; engolir sapa; comprar gata por lebre; cor de burra quando foge etc... Ou seja, o boi foi pro brejo; a vaca, não.