O Brasil, pelo menos na política, continua na fase de mudar os ditados
populares. Agora, na eleição, a moda é: “Mais vale um pássaro na mão do
que dois sobrenomes sobrevoando”. E foi logo no Ministério da Cultura
que isso foi acontecer. Por causa da disputa em São Paulo, sai Ana de
Hollanda, a irmã de Chico Buarque. E entra a senadora Marta Suplicy
(PT-SP). O ex-marido e também senador Eduardo Suplicy (PT-SP) deve
comparecer à posse hoje.
O pássaro na mão de Dilma era Ana. Fazia tempo que ela comprava uma briga atrás da outra no ministério. E com artistas importantes. Um abaixo-assinado com estrelas como Fernando Meirelles, Regina Duarte e Fernanda Montenegro, para ficar só em alguns, chegou a sugerir até nomes para sua substituição. Dilma bateu o pé e deixou o tempo passar.
Só que agora a presidente e seu guru Luiz Inácio Lula da Silva correm contra o tempo na eleição da Prefeitura de São Paulo. Precisam levar Fernando Haddad (PT) ao segundo turno, contra Celso Russomano (PRB) ou José Serra (PSDB). Marta, reticente no início, entrou de cabeça na campanha.
Para completar, a dupla de caciques petistas quer levar, de quebra, o apoio do PR do deputado Valdemar da Costa Neto (SP) a Haddad. Oficialmente, os republicanos estão na coligação de José Serra (PSDB). Mas o suplente de Marta Suplicy é Antônio Carlos Rodrigues, que disputa a reeleição como vereador na capital paulista. De que partido ele é? Do PR. Enquanto briga por renovar a cadeira na Câmara Municipal, será senador da República, só para dar a pompa que o mandato merece. Pelo jeito, tanto Valdemar, em inferno astral no Supremo Tribunal Federal (STF), quando Antônio Carlos vão virar petistas de carteirinha desde criancinhas.