Por Leto Leão Coelho |
Uma mentira dita muitas vezes acaba por se transformar em verdade. Essa é
a verdade, principalmente para quem vive ou sobrevive dos temas
educação, minorias e excluídos. Há ‘especialistas’ que não conseguem
enxergar além do próprio nariz e defensores de minorias empoleirados em
órgãos governamentais ou ONGs que saqueiam o dinheiro público. Eles
tratam a educação e as minorias unicamente com os ensinamentos recebidos
nas escolas e usam os temas para angariar simpatia e dinheiro público. A
qualidade da educação recebida pelos jovens é prejudicada, porque eles
só recebem o estímulo da escola, que não lhes impõe responsabilidade
alguma, nem sobre seus atos. Na escola, em casa, nas ruas, o adolescente
não se sente responsável por nada. Sem atividade alguma, sujeita-se ao
primeiro impulso ou convite que lhe aparece sem que lhe seja cobrada
nenhuma responsabilidade sobre seus atos. É inútil tentar melhorar a
qualidade da educação aumentando o aporte de recursos públicos,
qualificando professores, equipando escolas, se não forem revisados os
conceitos do que é trabalho infantil e o que é trabalho educativo
infantil. As discussões normalmente ocorrem em ambientes dominados por
políticos profissionais que apenas se interessam por si mesmos e seus
partidos. Desde os 12 anos, moro na mesma cidade. Meus irmãos e eu
sempre trabalhamos e nunca deixamos de estudar nem de ter nosso tempo de
lazer como qualquer criança. Na roça, cada um tinha suas obrigações e,
na cidade, trabalhei como cobrador de ônibus urbano, ajudante de
carpinteiro, servente de pedreiro, pintor predial, tipógrafo, auxiliar
de escritório, escriturário de banco, contador, executivo e consultor.
Não posso dizer que sou o mais bem-sucedido cobrador de ônibus, mas a
responsabilidade sobre mim mesmo e sobre o meu trabalho foram a melhor
educação que um adolescente poderia ter recebido.
Parte dos nossos congressistas não teve muita vivência fora da política. Que os ‘especialistas’ em educação e em direitos da criança e do adolescente revejam seus conceitos sobre a vida dos cidadãos do futuro.”
Parte dos nossos congressistas não teve muita vivência fora da política. Que os ‘especialistas’ em educação e em direitos da criança e do adolescente revejam seus conceitos sobre a vida dos cidadãos do futuro.”