Mais de 8,5 milhões de aposentados devem ter o benefício encolhido em 2012, incluindo um milhão que ganha acima de R$ 545 e tende a descer para a base do salário mínimo. Essa é a consequência do veto da presidente Dilma Rousseff ao aumento superior à inflação para quem recebe além do piso e da política de reajustes dos últimos 20 anos. Os excluídos contribuíram com valores perto do teto da Previdência, não tiveram correção proporcional e amargaram redução de mais de 50% nos ganhos. Quem se aposentou com 10 mínimos em 1991, por exemplo, deveria receber hoje R$ 5.450, mas fica com apenas R$ 2.589 (4,7 salários). O resultado é drástico: perda do poder aquisitivo, que implica cortar patrimônio e viagens e ainda dependência dos filhos. E daí?
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Os alquimistas estão chegando e o elo mais fraco
A votação da reforma política ensaia entrar nos finalmentes, com os maiores partidos acertados entre si para: 1) reduzir os poderes do eleitor e 2) impedir a sociedade, pessoas físicas e empresas, de apoiar financeiramente vetores alternativos.
Após anos de proselitismo sobre a suposta malignidade intrínseca do sistema político-eleitoral no Brasil, os donos da bola julgam arado o terreno para a semeadura decisiva: usar os propagandeados defeitos do modelo para aumentar ainda mais os poderes dos atuais beneficiários.
Há algum tempo, os oligarcas concluíram ser impopular a lista fechada para eleição de deputados e vereadores. Pois será natural que as pessoas reajam à cassação do direito de escolher os membros do Parlamento.
Daí a tática ter derivado para a busca do elo mais fraco: o financiamento. Diante da sequência de notícias sobre malfeitos, os alquimistas explicam que a política brasileira é apenas vítima de um mau desenho.
Que o dinheiro irregular é para as campanhas eleitorais. E se houver o financiamento público exclusivo isso será resolvido.
Ou seja, os políticos que agem mal não o fazem para enriquecer, mas para pagar despesas nas eleições.
O financiamento público exclusivo criaria um problema insolúvel no âmbito partidário, mantidas as regras atuais de candidatura. Como distribuir o dinheiro entre os diversos corredores num mesmo nível?
Não é o caso das eleições para presidente, governador, senador ou prefeito. Onde há só um nome do partido ou coligação.
Mas se cada postulante a deputado ou vereador precisar correr atrás do voto por conta própria, que critério adotar na divisão do bolo financeiro?
O mesmo dinheiro para cada um? Impossível, pois toda legenda tem os campeões de voto e os apenas figurantes. Arbitrário, com cada cacique decidindo quem vai receber mais e quem precisará se conformar com menos? Impossível. Não teria operacionalidade nem amparo legal.
E vem o pulo do gato. Nessa hora, os doutores vão explicar ao povão, condoídos, que para implantar a pureza do financiamento público exclusivo precisarão, infelizmente, acabar com o direito de o distinto público escolher quem vai mandar ao Legislativo.
Um mal que virá para o suposto bem. Para limar as impurezas, recorrer-se-á ao fascínio da ditadura virtuosa, coisa que o moralismo pátrio, nas diversas vertentes, propagandeia desde sempre.
E aí a obra estará completa. Os dono
s de partido estarão entronizados, com o monopólio da política nacional.
Já avançaram bastante. Na fidelidade partidária, nos prazos de filiação e domicílio, no poder absoluto para nomear e demitir dirigentes zonais, municipais e estaduais, na liberdade imperial para gastar como bem entendem o dinheiro público já disponível.
Os caciques, os mesmos que frequentam o noticiário por razões pouco abonadoras, irão decidir quem vai se eleger e quem não. Eles próprios, naturalmente, reservarão a si cadeiras legislativas sem precisar nem sair de casa para buscar voto.
O partido majoritário, por ter vencido a última eleição, terá garantida uma vantagem financeira irreversível, pois se não é razoável que a verba seja igualmente distribuída pelas legendas, o único critério alternativo é o apoio obtido na última eleição.
Isso vai acontecer mesmo em situações nas quais o governante estiver pessimamente avaliado, em que tiver perdido o apoio da maioria. Mesmo assim, irá para a campanha em vantagem pecuniária insuperável, pois a oposição não terá como se financiar para equilibrar o jogo.
Novos atores políticos passarão a enfrentar ainda mais barreiras para entrar no palco. A “renovação” da política irá depender mais ainda dos “dedaços”, em que os caciques decidem os “novos” personagens encarregados de “renovar” para que tudo permaneça como está.
E restará aos insatisfeitos criarem ongs, promover abaixo-assinados pela internet ou acampar em praças públicas. Enquanto os potentados institucionalizarão o direito divino de fazer do Estado brasileiro uma coisa nossa (deles).
Publicado no EM de 29 de agosto por Alon Feuerwerker
Sem educação
Rodeados por leis que desautorizam o uso de medidas mais adequadas a certos casos de violência contra profissionais e vandalismo contra o patrimônio público, os educadores são orientados a não se defender em caso de agressão física, pois correm o risco de ser processados por agredir um menor (delinquente).
Leis feitas por quem está fora da realidade de uma escola devem ser revistas, senão banidas, da imensa lista em vigor no país. Para agravar esse contexto, a família está bastante ausente e, quando os pais ou responsáveis são chamados para saber o que se passa com os filhos ou tutelados, a escola ainda ouve “não tenho mais o que fazer, entreguei pra Deus”, ou mesmo “meu filho é perseguido”, como no caso da diretora agredida vídeo exibido no Fantástico de ontem.
A decadência da escola pública fica ainda mais evidente quando os resultados de avaliações sistêmicas são divulgados: baixos índices de leitura, escrita e raciocínio lógico dos alunos que lotam as salas de aula (pois ampliou-se o acesso, mas esqueceu-se da atenção devida à permanência do aluno na escola). Acreditar que o professor, outrora mestre, seja o único culpado e tem condições de fechar os olhos para tantos fatores negativos e só agir por amor à profissão é deixá-lo ainda mais descrente na educação, pois, aí sim, perceberá que está mesmo isolado do sistema em uma sociedade em que transbordam partidos políticos que quase ninguém sabe a tradução de suas siglas, políticos mais preocupados com CPIs do que serem éticos para que elas não necessitem existir. Cruzar os braços não é a saída para a educação, mas tirá-la do CTI em que se encontra é vital para que a instituição escolar não pereça no Brasil.
Assunto profundo
Assunto de profunda reflexão!
Afinal de contas, o rapaz do acidente tinha uma Porshe, ou um Porshe? Argumentou-se que por ser o carro o correto seria o uso no masculino. No meio dos admiradores/colecionadores nada é mais cafona e impróprio do que tratar o carro no feminino. E mais, que tal liberdade motorpoética só é dada a deusas, como Ferrari e Lamborghini, mesmo porque, em bom italiano, são as máquinas. Enfim, para o leitor, diante do que se viu, não há dúvida : o mencionado rapaz referia-se a seu automóvel alemão como sua Porshe. E você, leitor, qual sexo daria ao carro?
Presidente "bunda louca"
O juiz de Direito Marcos Roberto Bernicchi, da 5º vara Cível de São Paulo, condenou Ciro Gomes a pagar uma indenização de R$ 100 mil a Collor por danos morais.
A ação trata de declarações de Ciro feitas em 1999 quando, em uma entrevista, referiu-se a Collor como "playboy safado" e "cheirador de cocaína".
Ciro atacou o alagoano ao abordar o debate entre Collor e Lula em 1989, quando ambos eram candidatos à Presidência. Para ele, era assim que Lula deveria ter chamado Collor, sendo mais agressivo contra o adversário.
Para o juiz, "não existe qualquer dúvida de que tais expressões tenham sido proferidas com intenção clara de ofender o autor, mesmo porque escapam plenamente a qualquer campo do debate político e ingressam em seara pessoal que jamais deve ser exposta".
Ouvi dizer que Collor introduzia cocaína no ânus. Se isso for verdade poderemos dizer que já tivemos um presidente "bunda louca"!
- Processo : 583.00.1999.941883
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